Os recursos naturais do Brasil e seu mercado consumidor continuam em disputa acelerada por forças imperialistas globais.
No rastro dos ciclos de exploração desde as Colônias, entre outras riquezas, o petróleo brasileiro é o grande objeto de desejo das multinacionais. Este, com a vantagem competitiva de quatro dias mais perto dos EUA do que os quarenta e quatro dias, do ouro negro, do Oriente Médio. Sai daqui o óleo cru e volta o produto beneficiado, bem mais valorizado, como questionaram os caminhoneiros parando o Brasil recentemente.
A montagem desta distorção vem através da bandeira contra a corrupção, como tem sido a prática de outras invasões dos EUA em polos de seu interesse energético. Essa estratégia serve de suporte à guerra híbrida sendo praticada atualmente no País. Atuam, principalmente, a partir de instrumentos de desconstrução e destruição dos concorrentes, cuja aparência jurídica tem caráter eminentemente político. Os resultados são festejados com condecorações em salões nobres e reais pelo mundo dos gestores financistas.
A arquitetura é de um “Processo” revestido de legalidade, mas que mantem seus opositores perseguidos (numa lógica kafkiana) e encarcerados em processos sumários. A expressão mais contundente é a de Lula preso com 39% (ou mais) nas pesquisas oficiais para presidente. Quadro de crise política potencializada sob a ameaça eminente de articulação do parlamentarismo, pelo STF, para que ele não concorra e não seja vitorioso nas eleições de outubro.
Uma sucessão de fatos vai desvelando as várias etapas do golpe parlamentar e institucional em que, deposta a presidenta honesta e eleita, um interventor, sob o jugo dos EUA, ocupa seu cargo. Trama amparada pelo STF e financiada por instituições de pensamento neoliberal, que planejam globalmente sua intervenção, sob a benevolência vigiada dos militares e empresários com déficit de sentimento nacionalista.
Agentes judiciários nacionais, preparados nos EUA, mantem uma tradição de reprodução de sua classe social descolada e contra sua própria Nação e, também, de sua realidade local.
A partir deles, o objetivo dessas instituições tem sido o de destruir e/ou exterminar lideranças progressistas, sequestrar soberanias e se apossar dos recursos naturais de países que põem em risco sua hegemonia no planeta.
A narrativa imposta pela mídia dominante faz parecer o avesso como o direito. A cantilena incansável dos diversos atores envolvidos visa apaziguar e cooptar as consciências para que a fantasia se concretize em realidade, não importando os meios e os custos necessários dessa materialização.
Não importa se haverá comprometimento dos recursos e da vida de muitas gerações de qualquer dos viventes para as mãos de poucos. Algo absurdamente agonizante e que se repete de tempos em tempos, apesar do nosso estupor diante de milhões, bilhões, trilhões que são transferidos para grupos cada vez mais concentrados.
Apesar dos movimentos de resistência a “tudo o que está aí” serem controlados, começam a fazer volume às pressões sociais ainda imprevisíveis e e de custo insustentável.
Suzana Sedrez é psicóloga Dra. em Educação, Mestre em Ciências Sociais
Parabéns, Suzana Sedrez! Parabéns pela análise sóbria e verdadeira do momento atual.