Por José Eustáquio Diniz Alves.
O Mercado mundial trata os alimentos como uma commoditie. Os preços variam de acordo com as leis da oferta e da procura. Embora existam muitos oligopólios e grandes empresas que influenciam o preço das sementes, dos fertilizantes, dos agrotóxicos e que controlam a comercialização, uma commoditie sempre está sujeita às oscilações de preços.
É o que está acontecendo neste momento. Com a desaceleração do ritmo da economia internacional e a queda do preço do petróleo, o Índice Preços da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em abril de 2015, chegou ao seu valor nominal mais baixo dos últimos 5 anos. O preço atual dos alimentos está bem próximo do nível alcançado durante a recessão mundial de 2009.
Em termos reais (descontada a inflação), o índice de preço da FAO encontra-se no mesmo nível em que estava na década de 1960. Porém, o preço real dos alimentos está cerca de 40% acima do que estava na virada do milênio, conforme pode ser visto nos gráficos da FAO.
Contudo, não devemos nos iludir com a recente queda, pois os preços dos alimentos tendem a aumentar no longo prazo devido ao crescimento da demanda provocada pelo aumento da população mundial, pelo aumento do preço do petróleo e da energia em geral, pela degradação dos solos e da água, pela depleção dos estoques de peixe, pela acidificação dos oceanos, pela poluição causada pelo ciclo do fósforo e do nitrogênio, pela erosão dos solos, pela crise hídrica, pelo aquecimento global e as mudanças climáticas.
A queda do preço dos alimentos poderia ser uma boa notícia se fosse um fenômeno permanente e se viesse no sentido de erradicar a fome no Globo. Porém, ainda existem quase um bilhão de pessoas passando fome no Planeta, enquanto a obesidade aumenta nos países ricos e entre os “analfabetos nutricionais” de todo o mundo.
Ainda falta muito para o mundo atingir a tão almejada segurança alimentar e nutricional.
Referência:
FAO Food Price Index, 07/05/2015
http://www.fao.org/worldfoodsituation/foodpricesindex/en/
Fonte: Portal EcoDebate