Ao concluir a leitura do artigo O Evangelho segundo Google, tive reforçada minha convicção sobre o papel de primeira linha desempenhado nos dias de hoje pela inteligência artificial e pelos algoritmos, tanto na dominação social como na guerra propriamente dita.
Estamos constatando como os mais significativos avanços tecnológicos da humanidade estão servindo para que se cometam alguns dos mais atrozes crimes de que se tem conhecimento ao longo do tempo. Em lugar de representar uma possibilidade de tornar a vida de todos mais fácil e mais digna, milhões e milhões de seres humanos estão sendo mantidos em captividade, sob constante vigilância e exterminados através dos recursos das novas tecnologias do campo digital.
Lamentavelmente, um espaço que já era considerado a maior prisão a céu aberto do mundo passou a representar também o maior centro de experimentação de técnicas de extermínio de todos os tempos. Logicamente, nos referimos à Faixa de Gaza, na Palestina ocupada pelos sionistas do Estado de Israel e às perversões a que seus indefesos habitantes estão sendo submetidos.
É impossível conter a tristeza ao ver como descendentes daqueles europeus que tinham sido perseguidos por outros europeus na Alemanha e outros países daquela região tenham decidido descarregar a justa bronca por seus sofrimentos em um povo que jamais tinha se caracterizado por causar nenhum mal aos judeus, nem aos de origem hebraica e muito menos aos provenientes da Europa, que chegaram à Palestina como colonizadores, motivados e organizados pelo sionismo.
O certo é que, atualmente, o povo palestino está passando por um período de sofrimento muito semelhante, se não pior, ao que as vítimas do nazismo padeciam no tempo da Alemanha hitlerista. Talvez, seja mesmo pior, pois agora os palestinos são vítimas de uma sofisticada tecnologia com a qual os nazistas não contavam.
Parece haver muita confluência de interesses entre os grandes conglomerados que dominam a tecnologia de dados a nível mundial e as classes que comandam o sionista Estado de Israel. Por isso, estas empresas colocam seus serviços em favor da política genocida desenvolvida pelo sionismo israelense e, concomitantemente, se aproveitam das experimentações feitas diretamente sobre a população palestina como forma de expandir seus negócios na indústria de segurança pelo mundo afora.
Por isso, considero de muita relevância dedicar bastante atenção aos relatos constantes no artigo mencionado e buscar refletir sobre as maneiras para encontrarmos saídas humanitárias e dignas para o drama do povo palestino.
Jair de Souza é economista formado pela UFRJ; mestre em linguística também pela UFRJ.
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