A sorte. Por Guigo Ribeiro.

Por Guigo Ribeiro, para Desacato.info.

Entrega a sorte na bandeja destino

A refeição dos que comem almas…

Vidas

Palitam dentes não sem antes o gozo do mais

A mesa farta da fome do outro

A mesa posta em cores alegres

A celebração do topo, da distância…

Se escreve sobre destino 

Se escreve sobre destino?

Se pinta quadro cinza primavera

E manhãs floridas de sangue

Um mito ri para a descrença

E hoje e só hoje

Silencia seu escândalo de terror

Só hoje

O amanhã é mais e não há indignação suficiente que aquieta o peito da gente na certeza:

 jaz aqui o fim

O tempo colapsa

Num céu laranja que implora um tempo novo

O tempo colapsa

Num céu laranja que implora um tempo novo

Um tempo novo…

Antigos contam histórias

Os novos estão online

Antigos contam histórias

Os novos estão em outras redes

E a máquina tenta comer o que nos come

O mito quer atenção e campos de concentração

O mito explica o homem

O mito é frágil como a força que finge ter

O mito… o tempo… dá tempo?

Enquanto isso

O tempo colapsa

Num céu laranja que implora um tempo novo

Um tempo novo

Para que larguemos as vestes de “novo”

E retomemos à marcha dos mesmos

Mais dos mesmos

_

Guigo Ribeiro é ator, músico e escritor, autor do livro “O Dia e o Dia Que o Mundo Acabou”, disponível em Edfross.

A opinião do/a autor/a não necessariamente representa a opinião de Desacato.info.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.