Por Cláudio Guedes.
A mesma lengalenga, aparentemente meritória. Pois quem não é a favor de empresas eficientes? Quem é a favor da corrupção (com exceção dos poucos que dela se beneficiam)? É claro que essas são questões importantes, mas secundárias, menores, quando a questão é a Petrobras.
A importância da empresa continuar sendo uma empresa do estado é relativa à necessidade do país ter controle sobre produtos essenciais, que são vetores de desenvolvimento econômico e social, com implicações fortes no desenvolvimento de várias regiões do país, e cuja exploração, refino e distribuição devem, em primeiro lugar, cumprir funções sociais.
A principal função social de uma empresa que explora um recurso natural, que é propriedade da nação, é garantir que parte significativa da receita gerada pela sua exploração seja apropriada pelo conjunto da sociedade brasileira, seja um instrumento de mitigação da pobreza que persiste no país, seja um instrumento de capitalização do estado para gerar investimentos em saúde, educação e P&D. E não que esta riqueza seja diretamente apropriada por uns poucos empresários e acionistas privados, para a multiplicação e perenização de seus patrimônios particulares. Esta é a questão central.
É uma catilinária vazia, falsa, mentirosa, o discurso que imputa ao setor privado virtudes naturais tais como eficiência e moralidade. O setor privado possui empresas e empresários sérios e competentes, mas está coalhado de empresários corruptos e amorais.
Outra questão, importante, mas desprezada pelos que debatem a questão petróleo no Brasil, é: por que privatizar a Petrobrás se a indústria do petróleo no país não é mais monopólio da União, estando aberta a qualquer grupo privado que nela queria investir?
Quer investir em exploração, refino e distribuição de óleo & gás & derivados? É só montar a empresa e gastar … Por que os empresários nacionais e estrangeiros querem comprar a Petrobras? Que segundo eles e seus consultores é uma empresa ineficiente? Por que comprar uma empresa ineficiente?