Por Mayara Heloisa Santos, para Desacato. info.
Moro em Campinas, um bairro classe média no munícipio de São José, só isso já deve explicar o porquê a normalidade reina por aqui. Os ônibus estão passando de ponto em ponto a cada 20 ou 30 minutos, ambos os postos de combustíveis pelos quais passei continuam a abastecer veículos, porém sem filas que demorem horas para acabar sem saber se, ao chegar para ser atendido, o cliente vai conseguir encher o tanque do seu carro ou não. Sem contar que, eu que costumo comprar algumas coisas pela internet em sites internacionais, recebi duas encomendas pelos correios nesta última semana.
No entanto, escolas públicas e particulares estão de portas fechadas com previsões de retomada das aulas a partir da próxima segunda-feira.
Nos supermercados, já começam a faltar produtos básicos, como arroz, macarrão, frango, pão e leite, além de que há avisos pregados nas prateleiras informando que cada cliente pode levar apenas três itens de cada produto. Já na feira, batatas, cebolas e saladas mais comuns, como alface e tomate, estão passando a ser artigos raros e que valem ouro.
Salvo estas reles mudanças, a pequena burguesia segue tranquila e afirmando que “também são caminhoneiros”.