A presidente do TRF-4, deputados petistas dizem temer julgamento político

Um grupo de deputados federais e estaduais do PT entregou nesta sexta-feira 12 ao presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), Carlos Eduardo Thompson Flores, um documento no qual dizem temer que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentará um julgamento político na corte e não jurídico. A audiência sobre o caso de Lula está marcada para o próximo dia 24.

Na carta, assinada pelo líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), os parlamentares dizem encarar com “inconformismo e indignação” os procedimentos do julgamento de Lula. Afirmam que o juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba e que sentenciou Lula a nove anos e meio de prisão, não é imparcial e atua em conjunto com os procuradores do Ministério Público Federal.

Os parlamentares também fazem críticas ao TRF-4 e destacam três fatos. O primeiro é a “celeridade” com que a ação de Lula tramita no tribunal, “com a data de julgamento sendo marcada antes de outras mais antigas, em uma espécie de ‘fura fila’ processual”.

O segundo são “as declarações feitas de elogios à sentença proferida” por Moro. Aqui, o alvo é o próprio presidente do TRF-4. Logo após a condenação do ex-presidente, Thompson Flores afirmou que a sentença escrita por Moro é “tecnicamente irrepreensível”, vai “entrar para a história do Brasil” e que o juiz “fez exame minucioso e irretocável da prova dos autos”.

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Thompson Flores: sentença é "irretocável"

O terceiro ponto citado pelos deputados é a “campanha liderada por uma servidora deste tribunal em redes sociais, pedindo a prisão do ex-presidente Lula”. Trata-se de Daniela Tagliari Kreling Lau, chefe de gabinete de Thompson Flores, que assinou e compartilhou no Facebook uma petição online pedindo a prisão de Lula.

Esses fatos, afirmam os deputados na carta, “lançam preocupações sobre o caráter do julgamento”. Para os parlamentares, isso “deixa antever que, assim como ocorreu na primeira instância, estamos diante de um julgamento de caráter político, não jurídico”.

Para os deputados, é preciso ter em conta que a imparcialidade dos magistrados é “uma das maiores garantias para a realização da justiça” e que, “quando essa garantia deixa de existir, todo o sistema é colocado em risco, sob suspeita”.

Fonte: Carta Capital

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