Por Magali Moser e Jorge Kanehide Ijuim.
Diante da imagem de cidade rica, polo industrial e detentora de um dos melhores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do País, a cidade de Blumenau/SC esconde outra realidade por trás dos morros. O processo de exclusão associado a práticas de higienização social adotadas em todo o país se repetem no município conhecido por ostentar títulos como “Europa brasileira” e “Loira Blumenau”. Mas os contrastes observados em Blumenau são chocantes: dados do IBGE colocam a cidade como a maior possuidora de habitantes em favelas do Estado. No entanto, a invisibilidade social das áreas de concentração de pobreza alcança também a imprensa. Como a questão dificilmente vem à tona, é como se o problema não existisse. A intenção deste artigo é provocar o debate a respeito dessas práticas no jornalismo e problema-tizar a questão do deslocamento de populações numa clara demonstração de que para o poder público, ao longo do tempo, a prioridade é remover e não resolver a situação. Com base numa amostra de textos publicados pela mídia, pretendemos discutir os porquês do silêncio da imprensa regional para a exclusão social em Blumenau. A proposta de reflexão do trabalho se ampara nos conceitos de reportagem, jornalismo libertador e nas ideias de Boaventura de Sousa Santos.
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Fonte: Iela.
Foto: “Blumenau Itajai castelinho” por TUTATUX – Joaquim Tomé – Obra do próprio. Licenciado sob CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons – https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Blumenau_Itajai_castelinho.jpg#/media/File:Blumenau_Itajai_castelinho.jpg