Por Marcus Eduardo de Oliveira.
À medida que o segundo semestre do corrente ano começa a avançar surgem as “previsões” econômicas para 2013. Em termos estritamente econômicos, o cenário que se vislumbra não é nada animador: “tempestade econômica”, recessão continuada, baixas taxas de crescimento e elevação do desemprego.
Nouriel Roubini, economista norte-americano, famoso por “prever” crises já vaticinou: “a crise da zona do euro pode levar a uma desaceleração das principais economias ou até mesmo para uma estagnação completa”. Para Roubini, “a piora da economia mundial cria um cenário para uma perfeita tempestade em 2013”.
Cabe reproduzir na íntegra as informações divulgadas recentemente por Roubini elencando os cinco fatores principais que poderiam atrapalhar a economia global levando o “mundo econômico” a conviver com essa possível “tempestade”: 1. um agravamento da crise de dívida na Europa; 2. aumentos de impostos e cortes de gastos nos Estados Unidos que podem empurrar a maior economia do mundo para uma recessão; 3. uma desaceleração continuada da economia da China; 4. crescimento menor das economias emergentes; e 5. um confronto militar no Irã.
De nossa parte temos que argumentar que, por enquanto, de concreto é que a taxa de desemprego e o fraco dinamismo econômico na Europa preocupam muito. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) na zona do euro a taxa de desocupação manterá uma tendência de alta podendo atingir o valor recorde de 11% em 2013. Em maio desse ano quase 50 milhões de pessoas estavam no desemprego nos países membros da OCDE. A economia da Espanha deve “encolher” em torno de 0,5% aprofundando a recessão para o próximo ano. Igual situação viverá a economia alemã, com previsão de encolhimento girando em torno de 0,4%. O crescimento francês não deverá ultrapassar 1,3%.
Desanimador também é o prognóstico feito pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para 2013 apontando que a economia da zona do euro deverá ter um modesto crescimento de 0,7%. O mesmo Organismo prevê que a economia chinesa vai crescer 8,5%, um número 0,3 ponto percentual mais baixo na comparação com o prognóstico anterior. O Fundo projeta para a Índia um crescimento de 6,1% (2012) e, para 2013, de 6,5%. As expectativas para a Rússia ficaram praticamente inalteradas, com previsão de um crescimento em torno de 4% para este ano e também para 2013.
O Fundo espera que a economia mundial apresente um crescimento de 3,9% no próximo ano. No caso da economia brasileira, o FMI destaca que nosso crescimento será de 2,5% nesse ano e, de 4,6%, em 2013. O pessimismo econômico em escala mundial é corroborado pelo relatório “World Economic Outlook”. De acordo com esse estudo, a economia dos Estados Unidos deve crescer em 2012 modestamente 2%, com uma pequena recuperação para 2013 (2,3%). No caso específico dos EUA, o grau de incerteza, não só em termos econômicos, mas, principalmente na esfera da administração pública, é ainda maior tendo em conta que as eleições presidenciais se aproximam. Só nos resta esperar a chegada de 2013…ainda que não venha com um radioso sol, mas que venha, de preferência, sem chuvas e trovoadas.
Marcus Eduardo de Oliveira é economista e professor de economia da FAC-FITO e do UNIFIEO, em São Paulo. Especialista em Política Internacional pela (FESP) e mestre pela (USP), com passagem pela Universidad de La Habana (Cuba).