Por Jaine Fidler Rodrigues, para Desacato.Info
A partir de estudos antropológicos e históricos do nosso país é possível perceber que a violência contra as mulheres se acentua a partir do momento que imigrantes brancos chegam no Brasil e se sentem no direito de abusar de mulheres indígenas e escravas negras vindas da África. A partir disto, principalmente homens de famílias que não receberam amor e ensinamentos do que significa o sexo, se sentiram no direito de desrespeitar como queriam o corpo de mulheres. Ou seja, a invasão não foi somente de terras, mas de corpos femininos.
O sexo é sagrado. É a força sexual a mais poderosa quando se trata de energia. Tanto que, quando essa energia é trocada, entre homem e mulher, a mulher acessa e recebe em seu ventre todas as memórias masculinas e ali elas ficam armazenadas.
Sexo é troca de informação. O feminino e masculino são sagrados. Quando estão desequilibrados abrem margens. Abrem margens para energias obsessoras sexuais, por exemplo, se instalarem. Se instalam e causam mal. Causam violência, agressão, invasão.
Quem vos escreve já foi assediada sexualmente por seu próprio tio. Assediada por vizinho, entre outros homens que passaram por sua vida com comentários e olhares desrespeitosos, carregados de maldade e descontrole sexual. Quem vos escreve já vivenciou um relacionamento tóxico, com violência psicológica e ameaças de morte. Tudo isso, porque graças a essa estrutura patriarcal e machista, homens se sentem donos do corpo de uma mulher. E, mulheres muitas vezes não conseguem enxergar o que há dentro de nós mesmas que abre margens para deixar que isso aconteça. Eu não observava. Quanto mais vivencio situações como essa, mais me torno consciente da importância de me libertar deste círculo vicioso.
Nesta semana, foi mais uma agressão. Uma imagem do órgão sexual com insinuações foi enviada em minha conta do WhatsApp. A violência foi sentida com uma reflexão maior. Quantas de nós mulheres estamos conscientes do nosso poder e força feminina? Se fui violentada, também é porque não fui ensinada que eu deveria valorizar meu corpo e honrar o meu órgão sexual. A minha sacralidade feminina. Isto diz respeito a responsabilidade que temos sobre nós mesmas. Assim como, o dever de impor limites e um grito de CHEGA!
É uma via de mão dupla. Homens e mulheres precisam se curar de suas dores, traumas e descontroles. Olhar para si e perceber quais atitudes abrem margens para situações como estás que devem ficar no passado para alcançarmos um tempo presente de liberdade e respeito. Ou seja, reconhecer quais comportamentos são oriundos das marcas patriarcais e machistas impostas.
“O Masculino Sagrado, não é brutalidade, não é energia sexual desvairada, não é rigidez, não é machismo, não é supremacia do sexo. O Masculino Sagrado é fogo criativo, o masculino sagrado é mestria da força interior. O Masculino Sagrado é reconhecer e dominar suas emoções, canalizar o mar revoltoso para impulsionar suas invenções”. (Trecho de texto do @odespertarcosmico520).
“Há um bando de mulheres presentes nesta Terra que estão carregando tochas flamejantes para a evolução da humanidade. Essas mulheres são joias raras, únicas e altamente elaboradas, do antigo espírito feminino. Essas mulheres possuem mais coragem, resiliência e perseverança do que são capazes de entender. Essas mulheres silenciosamente caminharam por milhares e milhares de anos para se encontrarem de volta aqui na Terra, encarregadas da tarefa de despertar a profunda alma feminina para a humanidade e a Terra.” (Trecho de texto de Sophie Bashford).
É hora de despertar a cura de nós mesmos. Basta de violações.