Obviamente que o título deste pequeno comentário não se refere a todas as mulheres. As mulheres trabalhadoras – às que direcionamos este texto – sofrem de fato três tipos de exploração, jornadas de trabalho: a primeira é a econômica, explorada pela linha de produção do sistema capitalista; a segunda, a de mãe, que lhe é submetido pelos moldes da atual família burguesa, isto é, de que ser mulher é ser inteira e unicamente responsável pelos cuidados que este (o filho) exige, isentando o marido; e a terceira, a de caráter doméstico, que é imposto pela atual moral familiar burguesa, que se sustenta no patriarcado.
De fato, as mulheres trabalhadoras (seja a operária, a comerciante-ambulante, a camponesa, as pequenas-comerciantes e todas as mulheres que pertencem às classes populares) são proletárias de seus maridos.
Para destruir os moldes patriarcais estabelecidos nas relações conjugais e familiares, assim como todo o machismo e as três jornadas de trabalho que caem sobre as mulheres proletárias e trabalhadoras, é necessário ir à raiz. É aí que o feminismo interliga-se com a luta em geral de todos os explorados e oprimidos, porque todas as opressões hão de atacar a causa-comum: o sistema capitalista, que faz manutenção do machismo e patriarcado, racismo, opressão aos indígenas, etc. para se sustentar e dominar todos os setores da vida humana. Somente uma Revolução que busque derrubar o sistema capitalista e todos os seus sustentáculos poderá por fim ao problema da mulher. Isto é atacar a raiz do problema.