Por André Miguez, na Mídia Coletiva.
Morreu, na quarta-feira, 7 de setembro de 2016, a combatente curda Asia Ramazan Anta, guerrilheira que estava no front de batalha desde 2014 lutando pela causa do exército em defesa das mulheres (unidade do PKK), na frente militar de libertação do Curdistão contra o Estado Islâmico na Síria.
Seu falecimento foi amplamente noticiado pela mídia internacional. Com 22 anos, Asia “foi feita mártir na luta contra o ISIS”, segundo uma página do Facebook de nome “Queremos liberdade para o Curdistão”. A jovem, bela e corajosa combatente, tombou em uma batalha contra o Exército jihadista no Norte da Síria. Asia se destacou e ficou conhecida na luta popular mundial por sua bravura, tendo contribuído para a libertação e instauração de um regime auto-gestionado em áreas inteiras que anteriormente estavam nas mãos do Estado Islâmico ou sob a mão de ferro da potência que serve ao imperialismo local, a Turquia.
Asia pertencia à Unidade de Proteção da Mulher do Partido Trabalhista Curdo (PKK), que tem 10 mil combatentes mulheres. O exército de libertação curda foi fundando por Abdullah Öcalan e possui um modelo de gestão que busca a horizontalidade política, o empoderamento feminino e a gestão econômica de forma cooperativa e popular.
É sabido que o PKK tem realizado ações conjuntas com organizações anarquistas turcas e também com o Exército de Libertação dos Operários-Camponeses da Turquia (TKP/ML – TIKKO). Entretanto, a maior quantidade de combatentes que enfrentam o Estado Islâmico é mesmo de curdos(as), que visam libertar seu país do julgo imprimido pelo fanatismo islâmico e, também, se livrar das amarras impostas pelo imperialismo turco a serviço dos EUA.
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Fonte: Outras Palavras.