A Associação de Mulheres Sateré Mawé foi fundada em maio de 2020 para dar sustentabilidade e proteger as mulheres indígenas no seu território.
O “carro chefe” do sustento da comunidade Sateré Mawé é o artesanato. Sem turismo nem feiras por conta da pandemia da Covid-19, sua venda foi prejudicada. Somado à crise econômica, a doença e o descaso com os povos indígenas causou a morte de três lideranças da aldeia.
Segundo Inara e Marta, os indígenas não estão livres do machismo. Tanto interiormente, em que as mulheres tem avançado em ser reconhecidas dentro do próprio território, hoje com 5 mulheres na liderança, como exteriormente, tendo que enfrentar a junção da violência racista com a misoginia.
Recentemente uma humilhação ocorreu em uma audiência da comarca de Barreirinhas/Manaus que tratava de um caso grave de violência contra a mulher indígena. Uma menina indígena havia sido mantida em cárcere privada durante três dias para ser enviada de barco a Manaus para trabalhar como escrava do sexo. A audiência, com a duração de menos de 30 min, decidiu pela indenização de 250 para a comunidade indígena. 250 reais parcelados, em 50 reais por mês. A mulher culpada pelo sequestro está livre e segue ilegalmente com o seu negócio que violenta e abusa de meninas indígenas.
Inara e Marta expressam a necessidade de políticas públicas voltadas a mulheres indígenas. “Somos cidadãos, temos direito constitucional garantido”, diz Iara.
Assista à entrevista: