A luta comunicacional contra o fascismo

Que rede de comunicação progressista a gente quer formar? Quem cabe nessa aliança? Qual a pauta dessa aliança? E como começamos a nos articular em rede? Essas são perguntas colocadas pela jornalista e escritora Cristina Serra na entrevista realizada no programa “Mural da Manhã” no dia 26/07.

Na entrevista também estavam presentes Lúcia Haygert, do Coletivo Catarinense Memória, Verdade, Justiça e Elenira Vilela, professora e comunicadora social. O tema: a luta comunicacional contra o fascismo no Brasil.

O fascismo precisa da comunicação como ferramenta para propagar sua ideologia. Elenira Vilela aponta que a comunicação hegemônica cumpre a função de convencer as pessoas a aceitar e se conformar com o aumento da exploração do capital, que em uma fase de crise,”tiram o sangue, o suor e as lágrimas da classe trabalhadora mundial”, para manterem suas taxas de lucro.

Santa Catarina conta com um número enorme de focos de células nazistas e fascistas. Segundo Elenira, isso tem impacto no aumento dos índices de violência contra crianças e mulheres e nos ataques à escolas, sustentado por uma rede de comunicação que justifica a violência. Sendo assim, “só é possível enfrentar o capitalismo com uma rede de comunicação da classe trabalhadora, a única classe capaz de derrotar o capitalismo”.

Segundo Cristina Serra, é um pressuposto para ser jornalista e comunicador, com toda a enorme responsabilidade que essa função exige, a defesa da democracia. O compromisso com a democracia significa defender, por exemplo, o direito dos povos indígenas à terra. Num país construído em cima do latifúndio, pouco se avançou nas questões do uso e da propriedade da terra, “para mim essa é uma questão civilizatória, enquanto a gente não resolver isso dificilmente conseguiremos avançar para um país com redução das desigualdades”.

Lúcia Haygert traz a questão do apagamento do passado e o papel da mídia tradicional na construção de uma falsa memória sobre o período da ditadura militar no Brasil. Ela assinala que a redemocratização foi uma “normalização” da política brasileira dentro dos moldes capitalistas e autoritários. “Temos até hoje resquícios em várias instituições brasileiras que não foram democratizadas, uma delas é a mídia”.

Portanto, Lúcia fala da importância de uma mídia contra-hegemônica e da necessidade que esta se expanda para atingir cada vez mais setores da sociedade.

“Nós temos um potencial de crescimento junto a um público que tá aí querendo se conectar, querendo entender esse país, nós temos um campo muito fértil para levar esse debate que a gente tá fazendo aqui. Esse debate não pode ficar dentro do grupo da imprensa progressista a gente precisa falar para fora, ampliar, acho que esse é o nosso grande desafio”, diz Cristina Serra.

Assista ao programa completo no link abaixo:

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