A Lagoinha Pequena ameaçada por um empreendimento com 114 lotes

    Desmatando na Lagoinha Pequena. Foto: Alencar Deck Vigano

    Por Alencar Deck Vigano.

    É um misto de indignação e impotência, pois um lugar que tantas vezes foi defendido pela comunidade contra ocupações clandestinas, hoje é ameaçado por um empreendimento com 114 lotes, aprovado pela FATMA e Prefeitura de Florianópolis, em área comprovada de restinga e um dos únicos corredores ecológicos (senão o único) de ligação entre as dunas do Campeche e o maciço da Costeira e morro do Lampião.

    A horda de gafanhotos que se apoderou da nossa cidade se farta de lucro. A imobiliária TOP do Sul da Ilha está indo de casa em casa, na rua dos Canteiros e região, prometendo que ali só serão construídas casas.

    Se levarmos em consideração que o projeto do Novo Campeche contemplava a construção de casas, somente, já temos um padrão do que acontecerá daqui algum tempo.

    Boa sorte para nós, que permitimos que a Prefeitura fosse invadida pela galera que bate no peito, e que adora tapete preto, prédio e cargo comissionado, para satisfazer a gula de um grupo que já gestava esse “golpe manezinho” desde os tempos em que tomaram a FATMA. Vai ter esgoto pra dar e vender, na beira, na borda e dentro da Lagoinha. Ou vocês acham que vai funcionar o sistema avançado que eles vão implantar ali?

    Mas não tem problema, daqui a pouco chega o emissário e vomita tudo no mar. É o início da derrocada da nossa região. Quando chegarmos ao ponto que chegou São Paulo, Rio ou Porto Alegre, quem sabe a gente se liga que fez merda. Ou quem sabe a gente se muda para uma “ecovila”, ou vai vender lote em Garopaba, ou simplesmente fica aqui e afunda na merda abraçadinhos e felizes, fazendo churrasco e tomando cerveja com os R$ 50 que ganhamos para votar no candidato gente boa.

    Tá complicado mesmo. Me senti igual ao casal de anu-branco, que ficava voando de lado para o outro, estranhando o novo lugar. Não é questão de ser bairrista/xenófobo/anti-“progresso”. É questão de ter sensibilidade e saber que estamos indo ladeira abaixo. Força e muita sorte para nós, que ainda nos sentimos responsáveis pelas gerações que vem depois!

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Please enter your comment!
    Please enter your name here


    This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.