A intenção de Washington é destruir a Rússia (e a China)

presstitute2Por Paul Craig Roberts.

Não é intenção de Washington permitir que seja resolvida a crise na Ucrânia. Washington vê novas oportunidades na crise após falhar na tentativa de assumir o país e expulsar a Rússia de suas bases navais no Mar Negro.

Uma delas é forçar o recomeço da Guerra Fria forçando a Rússia a ocupar as áreas onde predominam os cidadãos russos ou de língua russa atualmente na Ucrânia, onde os manifestantes se levantam contra o governo de palhaços anti russos instalado em Kiev pelo golpe americano. Essas mesmas áreas formavam parte do território russo antigamente. Foram acrescentadas à Ucrânia pelos líderes soviéticos no século 20 quando Rússia e Ucrânia faziam parte do mesmo país, a URSS.

Essencialmente, foram estabelecidos governos independentes nas cidades pelos manifestantes. Unidades policiais e militares enviadas para suprimir as manifestações, chamadas de “terroristas” pela mídia presstituta (orig. presstitute NT)no ocidente acabaram em sua maior parte desertando para o lado dos manifestantes.

Com a tomada da Ucrânia falhando pela incompetência do Departamento de Estado e da Casa Branca de Obama, Washington agora trabalha para jogar a culpa de todos os problemas sobre a Rússia. Não há sinceridade na afirmação de Washington e sua mídia presstituta (como a imprensa-empresa do Brasil em geral [Nrc]) de que os protestos teriam sido organizados pelo governo russo. Caso a Rússia tivesse mesmo enviado algumas unidades militares para a proteção de cidadãos russos nos antigos territórios russos, este ato seria usado por Washington para confirmar a tese da propaganda dos EUA sobre uma invasão russa (como aconteceu na Geórgia) e a Rússia seria demonizada ao infinito.

O governo russo está em uma situação difícil. Moscou não quer se responsabilizar financeiramente por estas áreas, mas não pode simplesmente olhar para o lado enquanto russos são reprimidos pela força. O governo russo tenta manter a unidade ucraniana confiando nas próximas eleições, o que talvez resulte na composição de um gabinete de líderes mais realistas que os malucos instalados por Washington.

No entanto Washington não quer uma eleição que possa colocar outros líderes em substituição aos malucos no poder em Kiev e que possam retornar à cooperação com a Rússia e uma forma de resolver a situação. Washington tem, neste instante, uma boa oportunidade de dizer aos idiotas no poder em Kiev que a crise infligida à Ucrânia pela Rússia impede a realização de eleições. Os Estados Europeus, fantoches da OTAN e de Washington certamente apoiariam a alegação.

É quase certo que, apesar das esperanças do governo russo, este terá que encarar tanto a continuação da crise quanto as marionetes instaladas por Washington no governo da Ucrânia.

Em 1º de maio, o antigo embaixador de Washington na Rússia e agora o segundo em comando na OTAN, porém a pessoa que na realidade dá as cartas, por ser americano, declarou que a Rússia não mais é um parceiro e sim um inimigo. O americano, Alexander Vershbow disse a jornalistas que:

(…) a OTAN desistiu de uma “aproximação com Moscou” e brevemente estará enviando um grande número de forças de combate para a Europa Oriental. Vershbow chama a implantação dessa política agressiva de “fundamentos defensivos para a região.

Em outras palavras, temos mais uma vez a mentira de que o governo russo desprezará as próprias dificuldades na Ucrânia e ainda por cima lançará ataques contra a Polônia, os Estados Bálticos, Romênia, Moldávia e contra os Estados da Ásia Central, a Geórgia, Armênia e Azerbaijão. Vershbow, que é desprezível, quer modernizar os exércitos desses Estados-fantoches da América e “aproveitar a ocasião para criar uma situação real onde possa acontecer a aceitação de outros países membros ou aspirantes à OTAN”.

O ele quer é que o governo russo continue confiando na boa vontade e razoabilidade ocidental, enquanto monta uma força grande o suficiente para impedir que a Rússia possa socorrer seus cidadãos eventualmente oprimidos na Ucrânia.

A demonização da Rússia pelos EUA está funcionando. Este fator a fará hesitante no breve período em que poderia se antecipar a nós (EUA) para retomar seus antigos territórios. Mas esperando, a Rússia dá tempo a Washington para juntar forças nas fronteiras, desde o Mar Báltico até a Ásia Central. Isso deixará atenção russa presa à Ucrânia.

A opressão que os EUA infligem aos cidadãos russos na Ucrânia desacreditará a Rússia; e as ONGs que financiamos na Federação Russa apelarão aos sentimentos nacionalistas do povo, derrubando o governo (de Putin) por falhar em socorrer cidadãos russos e em proteger os interesses estratégicos da Rússia.

Washington está lambendo os beiços ao ver essa oportunidade de transformar a Rússia em um Estado títere. Como pode Putin sentar-se com suas esperanças a tiracolo esperando a bondade do ocidente para trabalhar em uma solução enquanto Washington tenta engendrar sua queda?

Está ficando curto o tempo para que a Rússia faça alguma coisa para ou acabar com a crise ou aceitar uma crise interminável se desenrolando no seu próprio quintal.

Kiev lançou ataques aéreos contra os manifestantes em Slaviansk. Em 02 de março o porta voz do governo russo, Dmitry Peskov afirmou que o fato de ter Kiev apelado para recursos violentos destruiu as chances de aplicação do acordo de Genebra para desescalar a crise. Mesmo assim, expressou novamente a esperança do governo russo de que governantes europeus e Washington possam parar com os ataques militares e pressionar o governo em Kiev para de alguma forma acalmar os manifestantes, mantendo a Ucrânia unida e restaurando relações amigáveis com a Rússia.

É uma falsa esperança.

Essa esperança pressupõe que a “Doutrina Wolfowitz” sejam só palavras, mas não são.

A “Doutrina Wolfowitz” é a base da política dos Estados Unidos frente à Rússia (e a China).

Qualquer poder que possibilite a qualquer país manter-se independente da influência de Washington é um poder “hostil”, diz a doutrina. A doutrina especifica:

(…) nosso primeiro objetivo é prevenir que não aconteça a ressurgimento de um novo rival, seja no território da antiga URSS ou em qualquer outro, que possa representar o que foi antigamente a União Soviética. Esta é uma consideração dominante na nova estratégia de defesa regional, a qual exige que nos esforcemos para evitar a possibilidade de que um poder hostil possa dominar uma região e ali consolidar seu controle, se essa região tiver recursos que sejam suficientes para gerar um poder global.

A Doutrina Wolfowitz justifica a dominação de Washington em todas as regiões. É consistente com a ideologia neoconservadora de que os Estados Unidos são um país “indispensável” e “excepcional”, que tem o direito de hegemonia mundial.

A Rússia e a China estão no caminho da hegemonia dos Estados Unidos. A menos que a Doutrina Wolfowitz seja abandonada, uma guerra nuclear é muito provável.

Fonte: Rede Castor.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.