A imprensa sabuja e colonialista. Por Raul Fitipaldi

Para bem do povo seria muito bom que toda semana tivessem uma crise histérica como a que tiveram com relação ao posicionamento brasileiro com relação ao genocídio

Imagem: Ilustração

 Por Raul Fitipaldi, para Desacato.info.

Nas últimas duas semanas tivemos um ataque de histeria coletiva nos jornalões do país. Comentaristas e enfoques editoriais baixaram o sarrafo em cima do governo brasileiro por causa dos posicionamentos com relação ao genocídio que a entidade sionista de Israel comete na Palestina. A maioria deles defendendo, aparentemente, sua pauta comercial. Mas não é só isso. 

Há uma questão ideológica que paira nas homilias dos jornalistas e comentaristas da grande mídia nativa. Nas visões mais amenas, aqueles que tendem ao centro e centro-esquerda da política, existe uma moral que abriga o assistencialismo verbal e a necessidade de contar sempre com dois demônios. Um ranço conservador, quem sabe, produto de uma visão fossilizada de ser propaganda natural do colonialismo.

Mas, na maioria dos casos, essa visão é também conveniente e usurária. Quem banca a pauta comercial é quem assegura o salário e a carreira de boa parte dos mais antigos escribas. O patrão assegura a ração e o amanuense levanta a patinha na direção orientada pelo poder real. 

O governo brasileiro que é o mais estável pagador da pauta, embora banque uma de amante traído, semanas atrás ampliou ainda mais as generosas concessões aos monopólios da comunicação no Brasil. Gasta bilhões em propaganda institucional nessa mídia. Poderíamos pensar que, talvez, por essa razão pragmática a gritaria com o assunto do genocídio israelense pudesse ser bem menor. Mas não funciona dessa maneira. 

Acontece que no Brasil há um asco retumbante dos sabujos das elites pela esquerda e pelo povo. Um operário não tem o direito, por mais presidente que seja, por mais aliado que for de alguns inimigos dos trabalhadores, de opinar de tal forma que fira os interesses podres da Faria Lima. Israel e Estados Unidos são o norte ideológico do que há de mais representativo da nossa sociedade reacionária e anti popular.  Por mais dinheiro que o atual governo deposite na mídia convencional ela será sendo o que é: inimiga deste governo até que Lula mude o nome do partido.

Por outro lado, um posicionamento digno do governo brasileiro coloca em evidência o espírito violento, vende-pátria e antisoberano dessa classe de jornalismo, cujo papel não é informar e sim atuar como uma agência de propaganda dos interesses antinacionais e antipopulares. 

Para bem do povo seria muito bom que toda semana tivessem uma crise histérica como a que tiveram com relação ao posicionamento brasileiro com relação ao genocídio. Especialmente se fosse por outros assuntos como demarcação de terras indígenas, reforma agrária e cortar relações de vez com a entidade sionista de Israel. 

 

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