É comum que nos deparemos com certas pessoas que, embora continuem simpáticas ao sionismo e ao Estado de Israel, não conseguem evitar uma sensação de vergonha e peso na consciência ao tomar conhecimento do monstruoso genocídio que os sionistas israelenses estão cometendo contra o povo palestino neste exato momento.
O pior de tudo para essas pessoas é que, diferentemente das situações imperantes em outros genocídios conhecidos da história, o genocídio atual chega a nossos olhos em tempo quase real, com abundância de imagens em fotos e vídeos que não deixam margem para dúvidas quanto ao horror que significam. Portanto, torna-se quase impossível não reconhecer a crueldade, a perversidade e a covardia dos agentes ativos do genocídio de agora. E estes, para desespero de alguns, não são outros que os responsáveis pela política do Estado de Israel.
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Em uma tentativa de escapar deste incômodo arrinconamento moral que nossos sionistas envergonhados se encontram, busca-se atribuir toda a responsabilidade pelos monstruosos massacres que estão vitimando o povo palestino, com mais ênfase sobre suas crianças e mulheres, única e exclusivamente ao atual governo do ultradireitista Benjamin Netanyahu, o qual estaria agindo contra as tradições humanistas do sionismo.
Por mais que essa alegação possa trazer algum conforto mental aos sionistas que se sentem acossados pela realidade, a tentativa de responsabilizar tão somente o atual comando israelense de extrema direita não passa de um engodo para não assumir o caráter inerentemente maligno do qual o sionismo sempre se nutriu.
Por isso, ninguém deveria estranhar o fato de que os nazistas de hoje sejam quase que em sua totalidade simpáticos ao sionismo e admiradores do Estado de Israel. Para os que duvidam do que acaba de ser mencionado, recomendo que confiram o que pensam a respeito os mais notórios nazistas brasileiros, ou seja, consultem os principais líderes do bolsonarismo, assim como os donos das igrejas neopentecostais bolsonaristas para dirimir qualquer mal-entendido em quanto a isto.
Na verdade, a experiência do sionismo israelense com as técnicas da prática de genocídio não é nada que tenha se revelado nestes últimos meses com os massacres impiedosos de crianças na Faixa de Gaza. O certo é que, ainda antes de sua fundação formal em 1947, os sionistas israelenses já haviam demonstrado sua habilidade para a matança indiscriminada de populações indefesas. São vários os casos de massacres brutais cometidos na fase inicial de sua formação, quando buscavam expulsar a população palestina de suas casas para ocupar seu território. Deir Yassin é tão somente um dos casos mais conhecidos, mas de maneira alguma o único.
Porém, a expertise em genocídio que os sionistas israelenses adquiriram também foi comercializada e colocada à disposição de outros regimes de extrema direita em outras partes do mundo. Aqui em nossa América, o envolvimento das forças de segurança sionistas com a extrema direita mais assassina e genocida tem sido uma constante. Os agentes do Estado de Israel têm se especializado a fornecer a opressores de outras nações toda a expertise nas técnicas de opressão e extermínio que foram adquirindo em sua prática diária para expulsar e dizimar a população palestina.
Na América Central, um caso emblemático do envolvimento do sionismo israelense com um horrendo genocídio foi o ocorrido na Guatemala, onde quase 200.000 civis guatemaltecos, em sua imensa maioria parte das populações ameríndias, foram exterminadas por forças militares equipadas, treinadas e instruídas pelo Estado de Israel.
Neste sentido, o vídeo deste enlace (https://youtu.be/x6DjMhYaJMc) é um ótimo resumo sobre o envolvimento dos agentes do sionismo israelense com os planos mais genocidas já executados em nosso continente. É importante assisti-lo com atenção para entender como funcionam essas forças do grande capital e seu descaso com as vidas daqueles que eles consideram supérfluos para a continuidade do sistema de exploração do capitalismo neoliberal.
Jair de Souza é economista formado pela UFRJ; mestre em linguística também pela UFRJ.
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