Por Laélio Inácio.
A estupidez, essa flor venenosa que brota em diversos jardins do mundo, continua a espalhar seus espinhos. Seja nas vastas florestas em chamas, nos atos de violência que dilaceram famílias, ou nos discursos de ódio que ecoam pelas ruas e redes sociais, a estupidez revela-se em sua forma mais crua e devastadora.
As queimadas que consomem nossas florestas, pulmões do planeta, são um ato de insensatez sem precedentes. O fogo que consome árvores centenárias, abrigais de inúmeras espécies e reguladores do clima, é um crime contra a natureza e contra as futuras gerações. A ganância por lucro imediato cega aqueles que, movidos pela estupidez, sacrificam o bem comum em nome de interesses particulares.
A violência que marca nossa sociedade, especialmente contra as mulheres, é outro fruto amargo da estupidez. Os feminicídios, expressão máxima da misoginia e da desigualdade de gênero, são um ato covarde e cruel que nos envergonha como humanidade. A violência doméstica, o assédio e todas as formas de opressão contra as mulheres são um reflexo de uma sociedade doente, onde a estupidez se manifesta na forma de machismo e desrespeito à vida.
A crueldade contra os animais, que vão desde a negligência até o abandono e a tortura, é outro sintoma da estupidez humana. A incapacidade de compreender que todos os seres vivos têm o direito de viver com dignidade é um ato de barbárie que nos distancia da nossa própria humanidade.
O uso de drogas e o tabagismo, além de prejudicar a saúde individual, são um fardo para a sociedade. A dependência química, fruto da ignorância e da falta de perspectivas, destrói vidas e famílias. A propagação de ideias falsas e a desinformação sobre os riscos do consumo de drogas são mais um exemplo da estupidez que nos cerca.
O extremismo e a intolerância, alimentados por discursos de ódio e pela disseminação de fake news, são um veneno que corrói os laços sociais. A apologia a regimes totalitários, como o nazismo, é um ato de barbárie que não pode ser tolerado em uma sociedade democrática. A história nos ensinou que a intolerância e a violência levam apenas à destruição e ao sofrimento.
A falta de respeito para com os pais, professores e outras figuras de autoridade é outro sintoma da crise moral que vivemos. A educação, pilar fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, tem sido negligenciada. A valorização da individualidade em detrimento do coletivo e a busca desenfreada pelo prazer imediato são fatores que contribuem para a desestruturação familiar e para o enfraquecimento dos laços sociais.
As redes sociais, que deveriam ser ferramentas de conexão e compartilhamento de conhecimento, tornaram-se um terreno fértil para a proliferação da estupidez. A facilidade com que informações falsas se espalham, impulsionada por algoritmos que privilegiam conteúdos sensacionalistas, cria um ambiente propício para a manipulação da opinião pública. A polarização política, exacerbada pelas redes sociais, impede o diálogo e a construção de consensos, aprofundando as divisões sociais. O anonimato, por sua vez, incentiva a disseminação de discursos de ódio e ataques pessoais, transformando as redes sociais em um ambiente tóxico e hostil.
A estupidez, em suas diversas manifestações, é um mal que nos assola e nos impede de construir um futuro melhor. É urgente que cada um de nós assuma sua responsabilidade e lute contra essa praga. A educação, a conscientização e a promoção de valores como a empatia, a solidariedade e o respeito ao próximo são os caminhos para superarmos esse desafio.
A história nos mostra que a humanidade é capaz de grandes feitos, mas também de grandes atrocidades. A escolha é nossa: continuarmos a trilhar o caminho da estupidez ou construirmos um mundo mais justo, igualitário e sustentável. A decisão que tomarmos hoje irá moldar o futuro das próximas gerações.
Diante de um cenário tão complexo, é fundamental que cada um de nós se torne um agente de transformação. A luta contra a estupidez exige de nós um compromisso com a verdade, com o diálogo e com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Ao compartilhar informações de forma responsável, a questionar as notícias que recebemos e a promover o respeito às diferenças, podemos contribuir para um mundo mais consciente e humanizado. Afinal, a estupidez não é uma fatalidade, mas sim uma escolha.
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