Com o impeachment de Dilma cada vez mais difícil de acontecer, o conservadorismo se volta para atacar Lula, na tentativa de limitar o ciclo progressista a 16 anos, impedindo a vitória do ex-presidente em 2018; a estratégia medieval parece ser atacar sua família primeiro, para preparar o terreno para a prisão dele
Por Nicolas Chernavsky, CulturaPolítica.info.
Após 38 anos de predomínio do conservadorismo (1964-2002), o progressismo brasileiro caminha para completar 16 anos no governo federal, já que a possibilidade de impeachment de Dilma está cada vez mais difícil de se realizar. Apesar de 2015 ser um ano complicado economicamente, os 13 anos de progressismo revolucionaram a pirâmide das classes sociais, acabando com a fome e colocando o Brasil a meio caminho de se tornar um país de classe média. A perspectiva de Lula se eleger em 2018 elevaria para 20 anos seguidos a permanência do progressismo no governo federal, com possibilidade de reeleição em 2022, o que levaria essa permanência a 24 anos. Neste tempo, o Brasil talvez chegue a ser um país de classe média. Infelizmente, o conservadorismo brasileiro quer que o Brasil continue sendo um país pobre, “pois esse é seu lugar”. Assim, atacar Lula e impedi-lo de ser candidato em 2018 é a estratégia lógica para o conservadorismo neste momento.
Dado que Lula é um dos maiores líderes mundiais da atualidade e caminha para se tornar (se é que já não é) o maior líder político da história do Brasil, a questão de como impedir sua candidatura em 2018 é um desafio para o conservadorismo. Apenas reduzir sua popularidade não parece ser suficiente para impedir sua vitória em 2018. Acusá-lo de algo não bastaria. Tudo indica que a única forma realmente “segura” de impedir sua vitória seria garantir alguma condenação judicial contra ele. Assim, Lula pode acabar na prisão, como já está José Dirceu. Aliás, mesmo sem condenação judicial também é possível que Lula seja preso, como mostra a experiência recente (e nem tão recente).
Então, a questão para o conservadorismo (por incrível que pareça) é: “como prender Lula ou condená-lo judicialmente?” Uma prisão provisória de Lula, se seguida de um habeas corpus, é algo arriscado demais para o conservadorismo. Para não ser desmoralizante para a estratégia anti-Lula, ele teria que permanecer preso por um tempo, para que se forme no inconsciente das pessoas aquela ideia de que “se está preso, é porque deve ter cometido algum crime”. Mas como garantir que o STF não emita rapidamente um habeas corpus a Lula? É aí que entraria a família do Lula. Para o conservadorismo conseguir que Lula seja preso, facilitaria muito que algum de seus familiares, por exemplo, um filho seu, já estivesse preso. Ou seja, imaginem que um filho de Lula, mesmo através de uma prisão provisória, esteja preso por meses. Estará preparado o terreno para uma eventual prisão provisória de Lula, ou pelo menos uma virulenta acusação judicial, com busca e apreensão em sua casa, etc. O conservadorismo precisa, para evitar a candidatura de Lula, de alguma condenação em tribunal colegiado, e depois tentar a todo custo que o STF não reverta essa condenação a tempo dele disputar as eleições presidenciais.
A questão é que se o conservadorismo continuar nesse rumo horroroso, ele pode diminuir de tamanho. Ou seja, muita gente que hoje em dia vota em candidatos conservadores, ou que dá algo de credibilidade a meios de comunicação conservadores, pode parar de fazê-lo. Assim, quem faz parte do conservadorismo pode simplesmente sair do conservadorismo e vir para o progressismo. Hoje em dia, é inegável que o conservadorismo de direita e de esquerda têm como característica marcante o ódio alucinado ao PT. Portanto, para ser progressista, você não precisa ser petista; é só não ser antipetista. Vem com a gente construir um país de classe média, rumo ao futuro!
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Foto: Agência Brasil.