Julho é o Mês Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. Nesta segunda-feira (26/7), o Portal Desacato realizou um programa especialmente voltado às questões de gênero e de raça no jornal JTT – A Manhã com Dignidade.
Durante entrevista, as escritoras e intelectuais Jeruse Romão e Bárbara Carine trouxeram reflexões sobre a vivência das mulheres negras no Brasil atual. Hoje, a cada 23 minutos morre um jovem negro no Brasil. Pautas como o assassinato dos filhos por conta do genocídio da juventude negra, o encarceramento em massa, que nos últimos anos cresceu exponencial para as mulheres negras, e a falta de moradia, são urgentes para a agenda de luta dos grupos de esquerda.
Acompanhando a violência física, acontece também o genocídio subjetivo da população negra. Segundo Bárbara Carine, “a comunidade negra é destituída da possibilidade de existir mesmo em vida. O genocídio nos acomete por meio do racismo religioso, da destituição de memória da nossa ancestralidade e do apagamento histórico dos nossos inventos para colocar-nos em um lugar de não humanidade”
Estudiosa de Antonieta de Barros, Jeruse Romão resgata os textos da primeira deputada negra eleita no Brasil sobre educação, mulheres e privilégios “Estamos afastados de quem tem mesas fartas e bolsos abastados. A educação só é para eles”, já dizia Antonieta.
Segundo Jeruse Romão, embora comemoramos alguns avanços, nunca foram enfrentadas de fato as relações de desigualdade de raça e de gênero no Brasil. As relações de poder estão em todas as instancias, e “não existe uma sociedade mais ou menos racista. Ou ela é ou ela não é” (frase de Frantz Fanon).
Assista à entrevista: