A Espanha desclassificou documentos inéditos relacionados ao golpe de Estado que pôs fim ao governo de Salvador Allende no Chile. Os materiais foram entregues na terça-feira em Washington ao representante permanente do país na Organização dos Estados Americanos (OEA), Sebastián Kraljevich.
A documentação foi enviada pela observadora permanente da Espanha na OEA, Carmen Montón, em uma tentativa de “recuperar a memória democrática” no 50º aniversário de um dos episódios mais terríveis da história do Chile e da América Latina.
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La Misión Observadora Permanente de España ante la OEA hace entrega solemne de la documentación desclasificada relativa al golpe de Estado de 1973 a la Misión de Chile en el @CP_OEA @CarmenMonton @kraljevich #EspañaenlaOEA pic.twitter.com/YiwNzbwvbu
— Misión España OEA (@EspOEA) September 5, 2023
O Governo da Espanha quis fazer um gesto especial para lembrar o 50º aniversário do golpe de Estado de 1973 no Chile e desclassificar a documentação relacionada como uma contribuição para a recuperação da memória democrática”, publicou a missão espanhola na OEA no dia X. “A figura de Allende é uma fonte de inspiração para as forças políticas progressistas que defendem a justiça social, o crescimento sustentável e a democracia”, acrescentou. “A figura de Allende é uma fonte de inspiração para as forças políticas progressistas que defendem a justiça social, o crescimento sustentável e a democracia”, acrescentou.
Segundo Montón, os documentos em questão estão preservados nos arquivos da Representação Permanente junto à União Europeia (REPER), todos eles relacionados ao golpe de 1973 e às relações do Chile com a OEA, correspondentes aos anos de 1972, 1973 e 1974.
Indicou também que havia muitos documentos que poderiam ser analisados e estudados a partir de agora, e destacou o Despacho nº 496, de 26 de setembro de 1973, com o assunto “despedida na OEA do ex-embaixador do Chile, Luis Herrera”.
Nesse registro, Herrera se despediu, deixando algumas palavras “profundas”: “A história dirá se nossas propostas estavam certas ou erradas, mas estamos partindo com a consciência tranquila. Acreditávamos na unidade espiritual do continente latino-americano e lutamos para alcançá-la”, disse o diplomata chileno na época.