Alguma vez escrevi sobre a necessidade de se criar uma verdadeira oposição política brasileira. Naquele momento me referia à Direita Brasileira que desde que um governo de esquerda assumiu a condução do país mais se comporta como quadrilha de golpistas e gananciosos corretores da pátria em prol de interesses de grupos privados, nacionais ou estrangeiros; do que como oposição política.
Já houve políticos significativos na direita brasileira, mas restam pouquíssimos. Se apesar de todos os esforços a Ditadura Militar não conseguiu exterminar integralmente com o que havia de melhor na esquerda do Brasil, à direita o estrago foi ainda maior. O que há aí são quase que exclusivamente mercenários cuja estupidez política ajuda a explicar a obstinação com que a grande maioria de nosso povo tem resistido a um dos maiores empenhos de condicionamento político da história. O empenho é grande, mas a idiotice tamanha que quanto maior mais resulta em efeito contrário. Para explicar só recorrendo à imagem de um ditado antigo, pois até agora a impressão que se tem é que a direita tem aumentado a firmeza no laço para melhor amarrar o cachorro com linguiça.
Na verdade, de tanto que se desgastou em manobras perdidas na última dúzia de anos, da direita pouco há a se dizer. Isso se comprova quando o jornalismo de hipóteses que se dedicava a transformar bolinhas de papel em meteoritos passa a distribuir processos judiciais para coibir a liberdade de expressão que antes tanto reivindicava a si. Como ele próprio deixou de acreditar no efeito das próprias mentiras, resolveu se esconder sob as togas para promover a censura que ainda há pouco fingia condenar. Já que mentir não resolve, tenta coibir a verdade.
O problema é tão sério que o já era uma aberração como hipótese, agora está se tornando um ainda mais aberrante jornalismo de omissão! Já nem são mais apenas jornalistas de noticiar mentiras e se assumem como jornalistas de desnoticiar.
Parece coisa de Kafka ou Buñuel, mas os desnoticiadores levaram a grande imprensa brasileira — com todo seu aparato tecnológico de comunicação, influências econômicas e facilidades de acesso — a ser pautada por blogueiros que em seus domicílios atuam voluntariamente. Foi o que aconteceu em casos rumorosos como os dos cartéis de corrupção do PSDB e DEM na construção dos Metrôs de São Paulo, BH e DF. Em algumas particularidades, como as relativas à Alstom, o furo da notícia pelos blogueiros só foi coberto pela imprensa convencional com quase uma década de defasagem. Somente em 2013 o GAFE começou a noticiar sobre o assunto que corre pela blogosfera há anos!
Sem falar de quando se faz necessário que pela internet os blogueiros salvem a população de notícias inventadas. Talvez por falta de computador ou de consultar os blogues certos, houve uma enfermeira tão fatalmente vitimada pelo GAFE quanto o cinegrafista da BAND. Não por um rojão, mas por se automedicar contra uma epidemia que não existiu ou só existiu na quimérica imaginação de um desnoticieira de 2 dos mais importantes veículos do GAFE – o grupo formado pela Globo, Abril, Folha e Estado de São Paulo e/ou associados.
Será apropriado denominar os alcovitados ao crime organizado, de associados? Associados ou cúmplices? Ou mais que cumplices, apenas igualmente criminosos? A pergunta é pertinente e não só se estende aos togados que os acobertam como se justifica na apressurada acusação aos assustados e inconsequentes jovens quase adolescentes como únicos responsáveis por explodirem a vida do cinegrafista da TV Bandeirantes.
Com ou sem toga são associados, cumplices ou aliciadores? Como se classificar, por exemplo, este que teoricamente seria um colega do cinegrafista.