Por Elaine Tavares.
Sobre os sindicatos que temem o furacão revolucionário e impedem a luta com medo de que se esfacelem as organizações Rosa dizia: “Do furacão e da tormenta, do fogo, da fogueira da greve de massas e da luta nas ruas, surgem, como Vênus das ondas, sindicatos frescos, jovens , poderosos e vigorosos”.
Rosa de Luxemburgo nasceu numa aldeia polonesa, Zamosc, num cinco de março, poucos dias antes de um evento que marcou para sempre a luta dos trabalhadores mundiais: a Comuna de Paris, em 1817. Passou a infância em Varsóvia e aos cinco anos ficou gravemente doente, tendo passado um ano inteiro de cama. Foi quando aprendeu a ler, sozinha. A doença, mal diagnosticada, acabou deixando sequelas e Rosa mancou até o fim da vida. Quando tinha 12 anos já falava bem o alemão e o russo, ingressando na escola secundária para mulheres. Formou-se em 1887 e só não levou a medalha de ouro como aluna porque era considerada muito rebelde. Foi nesses tempos de escola que ela começou sua militância no Partido Proletário. Nunca mais saiu desse turbilhão.
Saiu da Polônia em 1889, quando estava para ser presa por suas atividades políticas. A saída do país foi espetacular, dentro de uma carreta, coberta de feno. Para isso contou uma mentira a um padre, dizendo que queria se batizar para poder casar, coisa que não poderia fazer na Polônia. Ele foi quem contatou o camponês e garantiu a travessia para a Alemanha, de onde Rosa nunca mais saiu. Em Zurich, Rosa fez faculdade, estudou Matemática, Ciências Naturais e Direito, tendo completado sua tese sobre o desenvolvimento industrial da Alemanha, garantindo assim o título de doutora, coisa rara naqueles dias.
Em Zurich Rosa participou ativamente da vida política e foi uma das fundadoras do Partido Socialista Polaco em 1892. Desde aí, a militância política só cresceu. E ela não era uma militante comum. Sua capacidade de análise e sua força como escritora e agitadora a fizeram uma importante liderança marxista. Foi parceira de diálogo de Lenin e acompanhou com intensidade as mudanças ocorridas na Rússia antes e depois da revolução. Foi assassinada em Berlim, em 1919.
A trajetória de vida dessa impactante mulher e principalmente sua obra serão discutidas pela professora Isabel Loureiro, nessa terça-feira, dia 11 de agosto, no Auditório do Centro Socioeconômico da UFSC, às 18h e 30min. O objetivo é justamente discutir a importância e a atualidade das ideias e da obra da revolucionária polonesa.
Isabel Loureiro é graduada em Filosofia pela Universidade Federal do Paraná (1974), tem mestrado e doutorado também em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1984 e 1992). Professora aposentada do Departamento de Filosofia da UNESP, é ex-presidente (2003-2011) e atual colaboradora da Fundação Rosa Luxemburgo. É uma das maiores especialistas na obra de Rosa no Brasil, tendo organizado os três tomos das Obras Reunidas de Rosa Luxemburgo publicados pela Editora Unesp.
A conferência acontece dia 11/09, terça-feira, às 18:30 no Auditório do Centro Socioeconômico (CSE) da UFSC. A atividade é aberta e gratuita.
O QUE? Conferência sobre a “Vida e Obra de Rosa Luxemburgo” com a professora Isabel Loureiro (UNESP).
QUANDO? Dia 11/09, terça-feira, às 18:30.
ONDE? No Auditório do Centro Socioeconômico (CSE) da UFSC.