Por Ana Rosa Moreno, para Desacato.info.
Tradução: Elissandro Santana, para Desacato.info. (Port./Esp)
No México, de acordo com o artigo 27 da Constituição, “A propriedade das terras e das águas dentro dos limites do território nacional corresponde à Nação, que detém não somente o direito de transferi-la a particulares, mas, também, para impor à propriedade privada as modalidades ditadas pelo interesse público, a fim de fazer uma distribuição equitativa da riqueza pública, cuidar da conservação, colocar em prática o desenvolvimento sustentável do país e a melhoria das condições de vida da população rural e urbana”.
Se o México fosse um país democrático e com cultura no que diz respeito ao meio ambiente, as leis relativas à administração e ao cuidado dos recursos naturais seriam respeitadas, mas não é assim. Aqui, aqueles que estão no topo do governo aproveitam o máximo, independentemente do dano ao meio ambiente e às comunidades. De fato, o México tornou-se um dos países onde mais agressões foram realizadas contra os defensores do meio ambiente. Em 2016, por exemplo, houve ataques diretos contra 139 ambientalistas no país.
Ao norte da Baixa Califórnia, uma luta pelo direito à água está sendo travada, já que o governador Francisco Vega de Lamadrid está entregando água da área para uma empresa dos EUA, Constellation Brands, fabricante das cervejas Modelo e Corona. De acordo com a lógica do governador, é mais importante abastecer uma empresa estrangeira do que levar o recurso às comunidades e isso também afetará os produtores agrícolas.
A Constellation Brands consumiria mais de 1,7 milhões de litros da área por ano, afetando diretamente uma comunidade historicamente agricultora.
A Constellation Brands promete uma cervejaria de ponta em Mexicali, com um investimento de mais de 1 bilhão de dólares e promete gerar 750 empregos fixos. O Secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Carlo Bofante, atribui o crescimento e o desenvolvimento do Estado à empresa estadunidense, e, portanto, considera que todo projeto que a Constellation Brands realiza no território é uma razão importante pela qual as permissões foram concedidas e a facilidade para o progresso da construção da fábrica, independentemente da opinião da oposição, isto é, para a população afetada.
Na terça-feira, 16 de janeiro, quando uma retroescavadeira estava a ponto de realizar os primeiros trabalhos para instalar um encanamento onde a empresa seria abastecida com água, membros do movimento Mexicali Resiste foram para evitar que fosse cavada a trincheira. A manifestação tornou-se uma guerra de campanha em que pedras e sujeira foram jogadas na polícia estadual que se protegeu com escudos antimotim, que em seguida atacou os manifestantes que estavam desarmados. A batalha durou 10 horas e terminou com dezenas de feridos e 5 detidos.
Não é a primeira vez que manifestantes de Mexicali e da polícia estadual se enfrentam. Há um ano, a oposição protestou contra a construção de um aqueduto para o uso da Constellation Brands e a aprovação da Lei Estadual de Águas que abre a porta para a participação do setor privado em funções como a distribuição de serviços de água e esgoto. A lei foi mais tarde anulada pelo governador.
Nesta ocasião, o procurador-geral da Baixa Califórnia começou a chamar cada um dos líderes dos movimentos em defesa da água e o juiz de controle, Zenaida Tafoya González, responsabilizou legamente quatro simpatizantes dos diferentes movimentos de resistência do Mexicali a pagarem R$ 4.550,00 por um vidro quebrado, que foi pago graças à solidariedade do povo de Mexicali.
A Prefeitura de Mexicali também tomou medidas já que levou 66 patrullas da Polícia Municipal (para proteger a segurança de Mexicali ou para manter os movimentos de resistência reprimidos?).
Por outro lado, a resistência em Mexicali já apresentou 26 mil assinaturas em apoio a um chamado que está crescendo para boicotar os produtos do Grupo Modelo (Cerveja mexicana fabricada pela empresa estadunidense Constellation Brand). Batalhas legais e suspensões da obra e do aqueduto já foram conquistadas, mas nada parece parar a construção.
A resistência continua em Mexicali, pois é óbvio que plantações não são irrigadas com cerveja, comida não é feita com cerveja, o corpo não está hidratado com cerveja e a vida não segue em frente com cerveja.
El agua vale más que la cerveza
Por Ana Rosa Moreno, para Desacato.info.
Revisión: Tali Feld Gleiser.
En México, según el artículo 27 de la Constitución, “La propiedad de las tierras y aguas comprendidas dentro de los límites del territorio nacional corresponde a la Nación y tiene el derecho de transmitir el dominio de ellas a los particulares pero también de imponer a la propiedad privada las modalidades que dicte el interés público con objeto de hacer una distribución equitativa de la riqueza pública, cuidar de su conservación, lograr el desarrollo equilibrado del país y el mejoramiento de las condiciones de vida de la población rural y urbana”.
Si México fuera un país democrático y con cultura en medio ambiente, las leyes relacionados con la administración y el cuidado de los recursos naturales se respetaría, pero no es así. Aquí quienes están en las cúpulas del gobierno sacan el mayor provecho sin importar el daño al medio ambiente y a las comunidades. De hecho, México se ha convertido en uno de los países donde más agresiones se han llevado en contra de los defensores del medio ambiente. En el 2016, se contaron agresiones directas a 139 ambientalistas en México.
Al norte de Baja California actualmente se está librando una lucha por el derecho del agua, ya que el gobernador Francisco Vega de Lamadrid, está entregando el agua de la zona a una empresa estadunidense, Constellation Brands fabricante de las cervezas Modelo y Corona. De acuerdo a la lógica del gobernador, es más importante abastecer a una empresa extranjera que llevar el recurso a las comunidades que, además, afectará a los productores agrícolas. Constellation Brands estaría consumiendo más de 1.7 millones de litros de la zona al año, afectando directamente a una comunidad históricamente agricultora.
Constellation Brands promete una fábrica cervecera de última generación en Mexicali, con una inversión de más de mil millones de dólares y promete generar 750 empleos permanentes. El Secretario de Desarrollo Económico del Estado, Carlo Bofante, adjudica el crecimiento y desarrollo del estado a la empresa estadounidense y, por tanto, considera que cada proyecto que Constellation Brands realice en el territorio es importante, razón por la cual se otorgaron los permisos y la facilidad para los avances de la construcción de la fábrica sin importar la opinión de la oposición, es decir, a la población afectada.
El martes 16 de enero, cuando una retroexcavadora estaba a punto de realizar los primeros trabajos para instalar una tubería por donde la empresa estadunidense se abastecerá de agua, integrantes del movimiento Mexicali Resiste salieron a evitar que se cavara la zanja. La manifestación se convirtió en una guerra campal donde se arrojaron piedras y tierra a la policía estatal, quienes protegidos con escudos antidisturbios pero desarmados también arrojaron piedras a los manifestantes. El combate duró 10 horas y terminó con decenas de heridos y 5 detenidos.
No es la primera vez que manifestantes de Mexicali y la policía estatal se enfrentan. Hace un año, la oposición protestaba en contra de la construcción de un acueducto para uso de Constellation Brands y de la aprobación de la Ley Estatal de Aguas que abre la puerta para la participación del sector privado en funciones tales como la distribución de agua y los servicios de alcantarillado. La ley fue más tarde fue anulada por el gobernador.
En esta ocasión, la procuraduría de Baja California empezó a llamar a cada uno de los líderes de los movimientos en defensa del agua y la juez de control Zenaida Tafoya González responsabilizó legalmente a cuatro simpatizantes de los distintos movimientos de resistencia de Mexicali a pagar $25.700,00 pesos mexicanos por un cristal roto, cristal que se pagó gracias a la solidaridad del pueblo de Mexicali.
El Ayuntamiento de Mexicali ha tomado también acciones ya que arrendó 66 patrullas de la Policía Municipal, ¿para resguardar la seguridad de Mexicali o para mantener reprimidos a los movimientos en resistencia?
Por otra parte, la resistencia en Mexicali ya presentó 26 mil firmas en apoyo y está creciendo un llamado al boicot a los productos del Grupo Modelo (cerveza mexicana fabricada por la empresa estadunidense Constellation Brand). Ya se han ganado batallas jurídicas y suspensiones de la obra y del acueducto, pero parece que nada detiene la construcción.
La resistencia sigue en Mexicali porque es obvio que los cultivos no se regarán con cerveza, los alimentos no se preparan con cerveza, el cuerpo no se hidrata con cerveza y la vida no se da con cerveza.