Agora, o 3º turno

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Por Causa Operária.

Terminada a eleição, vitória do PT, todos, absolutamente todos os problemas continuam em aberto: o ajuste econômico exigido pelo imperialismo, a crise do regime político, com a polarização crescente e, acima de tudo, o desenvolvimento da crise capitalista.

A vitória do PT, por estreitíssima margem, impediu que a direita chegasse ao governo, vamos dizer assim, a frio. No entanto, já na última semana, porta-vozes da direita ameaçaram o novo governo com o impeachment, o processo criminal de Dilma e Lula e com a falta de “governabilidade”, isto é, com a sabotagem do governo e a ruptura do pacto entre as frações da burguesia para levar adiante uma política comum. Não há dúvidas que se seguirão tentativas várias de conciliação, de equilíbrio e entendimento, mas a baliza do acordo não é a boa vontade das partes e sim as margens de negociação deixadas pela crise capitalista.

O PT já deu farta indicação de que pretende chegar a termos com o plano econômico do imperialismo. A pequena margem da vitória do PT bem como o resultado das eleições legislativas o coloca em uma situação relativamente defensiva. O rumo econômico do Estado deverá se definido por meio de uma séria de conflitos e crise.

PT e PSDB enfrentam, agora, o problema da desagregação do sistema partidário, claramente evidenciado na eleição. A questão da reforma política dará lugar a outra luta e a diversas manobras. Este, no entanto, não é o principal problema. Os apoiadores de ambos os partidos que formam campos muito heterogêneos de esquerda e de direita não convergem para o centro, para a estabilidade e para a concórdia como querem os principais articuladores da política burguesa, mas para a polarização. Esta polarização dos campos políticos é, também, uma expressão da forte tendência à polarização dentro da sociedade, entre a classe trabalhadora e a burguesia no seu conjunto.

Neste momento inicial, tudo indica que o segundo governo de Dilma Rousseff será um governo de crise. Tudo aponta também para que o governo venha a atacar a classe trabalhadora como única via de enfrentar a crise capitalista.

Os trabalhadores não devem, nem por um minuto, crer que a vitória do PT resolverá os problemas de grande envergadura que vêm pela frente.

A luta contra a direita não foi vencida em nenhum sentido. É preciso continuar a enfrentar as tendências contrarevolucionárias que o imperialismo alimenta em nosso País que deverão se radicalizar. O PT não será nem arma de ataque nem de defesa da classe trabalhadora diante dessa ofensiva direitista. Por isso, a luta dos trabalhadores e da juventude deve ser organizada desde já, tendo como questão central a completa independência do PT e das ilusões nos mecanismo democráticos.

O PT não foi capaz sequer de denunciar a escandalosa fraude de que sua candidata foi vítima com medo de romper com as regras não escritas do jogo político da burguesia. Enfrentou a situação por uma tangente. É isso o que temos a esperar deste partido no governo e esse caminho conduz inevitavelmente à capitulação diante da direita.

Cave canem.

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