Greve na UFSC: Administração faz promessa e não cumpre, outra vez!

    elci

    A última sexta -feira foi mais um dia de autoritarismo, desencontros e quebras de acordos por parte da reitoria da UFSC. Como já é de conhecimento público, os trabalhadores em greve tiveram seus salários cortados. Feito o desconto, de maneira completamente aleatória, pois ninguém sabe quais os mecanismos usados para efetuar a contagem das horas que os trabalhadores supostamente faltaram, foi entrado com um recurso administrativo, justamente questionando esse mecanismo que, já se sabe, através do depoimento de vários chefes de departamento e coordenadores de cursos, não representa a verdade dos fatos.

    Aí começa o drama kafkiano. Negado o recurso, os trabalhadores foram receber a ciência dessa negação e imediatamente pediram a cópia do processo para que tivessem acesso ao conteúdo do mesmo. Enfim, é direito de cada trabalhador saber qual foi o argumento usado para negar o recurso. Pois a administração se negou a dar a cópia dos processo, alegando que “daria muito trabalho ao setor fazer as cópias”. Ora, a reitoria inventou um mecanismo de registro de frequência que muda a cada minuto e deveria saber que geraria recursos. É direito do trabalhador saber ao quê está dando ciência.

    A recusa em dar as cópias dos documentos se baseou, segundo a secretária adjunta Juliana Blau, na Lei de Transparência, que dá à instituição um prazo de até 20 dias para entregar os documentos. Mas, a lei que rege o processo administrativo não tem nada a ver com a Lei de Transparência, e ela determina um prazo de cinco (5) cinco dias para que o trabalhador tenha ciência e, se julgar necessário, recorra novamente. O trabalhador tem o direito de saber sobre o processo e tem o direito de tirar a cópia no exato momento em que está dando ciência. Como não houve acordo na Segesp sobre isso, os trabalhadores foram até o gabinete da reitora onde foram recebidos pelo chefe de gabinete, Carlos Vieira.

    Depois de longa discussão ele pareceu entender que era um direito e prometeu juntar estagiários e realizar as cópias dos processos que estariam todos prontos no final da tarde de sexta-feira. Por volta das 17h30min novamente os trabalhadores foram até a Segesp para pegar os documentos. Surpresos, foram recebidos por Carlos Vieira e Juliana Blau informando que não iriam dar os processos. E que se o trabalhador quisesse que entrasse com um recurso para pedir ampliação do prazo. Uma novela de terror e confusão.

    Indignados com mais uma promessa não cumprida pelo chefe de gabinete, os trabalhadores se retiraram. Hoje pela manhã, com a presença do advogado do Sintufsc, os trabalhadores retornaram à Segesp para exigir os documentos. Encontraram a secretária Elci de volta ao seu cargo, depois de um período de afastamento. Ela recebeu a todos e ouviu os argumentos do advogado, que insistiu: os trabalhadores tem o direito de receber as cópias dos processos e em tempo hábil. Hoje já faz cinco dias que muitos deles receberam a ciência, portanto, a UFSC precisa garantir mais prazo para que possam entrar com recurso. Guilherme ainda se colocou à disposição para pegar os processos e providenciar as cópias, caso fosse complicado para o setor.

    Elci pediu um tempo para se inteirar de tudo, já que retomava o cargo nessa manhã e prometeu fazer contato com o advogado até o final da manhã. Pela forma respeitosa com que foram recebidos pela secretária Elci, os trabalhadores saíram com esperanças de que, dessa vez, possam ter acesso aos documentos.

    Fonte: Blog Representação dos TAEs na UFSC

    Foto: Divulgação

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