Entidades brasileiras marcam audiência com cônsul do país.
O Palácio do Governo, na cidade de Chilpancingo, México, anoiteceu em chamas ontem, após manifestantes atearem fogo no prédio, incendiando ao menos uma das salas do local, quebrando janelas e enfrentando a repressão da polícia.
O motivo da fúria popular é o desaparecimento de 43 estudantes de uma escola de Iguala, além do número de mortos e feridos durante ação criminosa do Estado no dia 26 de setembro, quando policiais municipais e a milícia Guerreiros Unidos atacaram um ônibus com estudantes normalistas de Iguala.
Conforme relato de um dos sobreviventes deste massacre, Omar García, o genocídio de jovens que ousam protestar e se organizar por direitos é uma prática política no México, e que este é apenas um caso dentre outras centenas sem respostas ou investigação devida.
Ainda no início da tarde de ontem (13), cerca de 600 manifestantes cercaram o Palácio do Governo, e exigiam a presença do governador Ángel Aguirre para dar alguma posição coerente sobre o caso, além de cobrar a reaparição, com vida, dos 43 jovens vítimas de desaparecimento forçado e, provavelmente, de assassinato.
Os estudantes e familiares creditam ao governador postura conivente com o narcotráfico, e pouca iniciativa no combate ao tráfico. Por isso, a prática constante de assassinatos por parte de pistoleiros membros de milícias é recorrente, uma vez que o crime organizado tomou conta da cidade.
As ações fazem parte de um plano nacional construído pelo Movimento Popular de Guerrero, pelos estudantes de Ayotzinapa e pela Ceteg (Coordenação Estatal de Trabalhadores em Educação de Guerrero).
Entidades brasileiras marcam audiência com cônsul do México
Nesta quinta-feira (16), às 10h, uma comissão formada pela CSP-Conlutas, Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (Anel), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e cerca de noventa entidades representadas pela CSP-Conlutas se reunirá com o cônsul do México para tratar do desaparecimento dos 43 estudantes naquele país.
O objetivo será entregar uma carta de solidariedade à luta dos estudantes daquele país, com a exigência de justiça e imediata apuração e punição dos responsáveis por esse crime, e que o estado garanta todo apoio aos familiares das vítimas bem como coloque toda sua estrutura na busca dos desaparecidos.
Fonte: CSP-Conlutas
Foto: Y. C. (AFP)