“Dia Internacional da Menina” defende igualdade de gêneros

Ontem foi comemorado o primeiro Dia Internacional da Menina, estabelecido em 2012, pela Organização das Nações Unidas (ONU), criada pela organização não governamental Plan International.

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Por: Sara Ruas

Neste dia a ONG lançou a campanha mundial “Por Ser Menina” (em inglês Because I Am A Girl – BIAAG), que pretende impactar diretamente 4 milhões de garotas por mais de 60 países.

A campanha tem como objetivo impulsionar o potencial delas e assegurar o pleno exercício de seus direitos, contribuindo assim para a diminuição da pobreza e da discriminação de gênero.

A Organização Plan defende que meninas e meninos têm os mesmos direitos, porém enfrentam diferentes desafios para acessá-los. Em todo o mundo, as meninas enfrentam barreiras únicas à sobrevivência e desenvolvimento, simplesmente por serem meninas.

A professora de psicologia da Estácio e também coordenadora de pós-graduação, Waleska Barros, conta que essa diferenciação entre meninos e meninas é algo passado de pais para filhos e intensificado com a pressão da sociedade.

“Como Freud – psicanalista famoso – já dizia, a criança precisa de um modelo a ser imitado. Quando uma menina vê sua mãe cuidando da casa, se maquiando ou usando sapatos de salto alto, ela quer fazer o mesmo. Quando nós compramos uma boneca para a garota, na verdade estamos incentivando ela a aprender a cuidar de uma criança. O mesmo ocorre com os forninhos, panelinhas, geladeiras”, diz Waleska.

Ela ainda conta que quando os pais passam para os filhos a ideia de que o homem é o provedor e dono da casa, as crianças levam isso para a sua fase adulta, acarretando em grandes problemas de dependência. “Para essas mulheres, principalmente as que não tiveram acesso à educação completa, o seu papel principal na vida é cuidar dos filhos e do marido. É então que, em casos de violência doméstica, ela se submete a situações degradantes por ter medo de ficar sozinha sem seu provedor e de ser mal vista pela sociedade”, conta.

Na capital maranhense, o público conferiu uma série de ações na Escola Liceu Maranhense, das 8h às 13h, organizadas pela Plan São Luís. Distribuídas pelas salas de aula, aconteceram oficinas culturais envolvendo apresentações teatrais, musicais e culturais, como apresentação de dança Hip Hop, dança Afro, capoeira, percussão, jogos e brincadeiras.

Além disso, o público teve oportunidade de criar fanzines, uma espécie de revista em quadrinhos, tranças e bijuterias ou desfrutar do Camarim da Beleza e da Expressão Corporal. É esperado um público de aproximadamente 400 pessoas.

“Esta data é de extrema importância em todo o mundo. As meninas ainda sofrem diversas barreiras em suas vidas, como acesso a educação, violências, etc”, afirma Creuziane Barros, gerente da Unidade da Plan de São Luis.

Por Ser Menina no Brasil
A ONG Plan realizou uma pesquisa por cinco estados brasileiros (Pará, Maranhão, Mato Grosso, São Paulo e Rio Grande do Sul) para entender as meninas a partir do seu próprio olhar sobre o contexto de direitos, violências, barreiras, sonhos e superação.

Foram ouvidas um total de 1771 meninas entre 6 e 14 anos. De acordo com os resultados divulgados, enquanto 76,8% das meninas limpam a casa, apenas 11,4% dos seus irmãos homens fazem o mesmo. Foi constatado também que 1 em cada 5 meninas conhece outra que sofreu violência.

No Maranhão, consta na pesquisa que 16.8% das meninas entrevistadas afirmaram que já trabalharam, estão trabalhando ou estão à procura de um emprego. Das que afirmaram estar trabalhando, 37,5% disseram que fazem trabalho doméstico na casa de outras pessoas.

Foto: Rubyskyepi

Fonte: O Imparcial

 

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