O casal Osmarina Maria e Paulo Villalva mantém vivas as tradições açorianas modelando, cozendo, desenhando e pintando argila no bairro José Mendes, defronte à baía Sul, em Florianópolis.
Por: Vítor Santos
Boi-de-mamão, festa do Divino, procissão do Senhor dos Passos, pescadores, rendeiras, benzedeiras e as bruxas da ilha são os modelos que todos os dias ganham vida pelas mãos hábeis e delicadas de Osmarina. “Trabalhamos pelo amor à arte”, revelou a artesã.
Osmarina começou a modelar argila em 1998. “Fiz um curso na UFSC, aprendi o básico e comecei a trabalhar com barro. Iniciei com o boizinho, depois desenvolvi o meu jeito e peguei os costumes da ilha como tema”, explicou Osmarina, que já perdeu a conta de quantas personagens criou. “Foram milhares de peças”, avaliou.
De acordo com Paulo, que abandonou a vida militar no anos 1970 para dedicar-se ao artesanato, o casal identificou um nicho de mercado que absorve quase a totalidade da produção. “Recebemos encomendas de peças para presentear visitantes de fora do país que vêm a congressos e também de brasileiros que vão para o exterior e querem levar lembranças da Ilha”, descreveu Paulo.
Amor & arte
A arte aproximou os jovens Paulo e Osmarina no distante ano de 1974 e continua unindo o casal 40 anos depois. “Conheci a Osmarina na Agronômica, em um ponto de ônibus. Viemos juntos para o centro, botei o olho e fui atrás dela até o morro da Mariquinha, eu tinha 16 anos e ela 21”, contou Paulo. “Me deu um quadro de presente, ele mesmo pintou”, revelou Osmarina, ainda comovida com o gesto do marido.
Um ateliê em casa
O casal mantém um ateliê na residência, localizada na servidão Walter Richter, 64, no bairro José Mendes. “As portas estão sempre abertas”, declarou Paulo, esclarecendo que todos os anos a família e os vizinhos montam um presépio no quintal da casa, que permanece aberto à visitação durante o mês de dezembro. O casal possui um acervo considerável, aceitam encomendas e o preço das peças começam em R$ 5.
Foto: Solon Soares/Agência AL
Fonte: Agência Alesc