Florianópolis, 22 de setembro de 2014.
No editorial anterior, com o propósito de interessar o leitor sobre as visões que nos países da região se tem da eleição brasileira, expomos uma das pontas dessa leitura: veículos favoráveis à continuidade do governo Dilma. Parecia-nos que a poucos dias do 1º turno eleitoral nossos leitores brasileiros estariam interessados nesse relato. Não foi assim. Os leitores locais, que são politizados e comportam mais de 90% da nossa massa leitora, não se interessaram por saber o que pensam lá fora. Isso é preocupante.
Nesta área de países separados a régua, Brasil é o maior, o mais forte econômica e militarmente e em termos energéticos é estrategicamente o mais importante. O que acontece no Brasil e como reflete nos veículos de comunicação progressistas dos países vizinhos deveria interessar. Brasil limita com Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e a Guiana Francesa.
O sonhado “império” que se esconde na mentalidade de alguma gente também é dependente dos humores dos países ‘colaterais’. Não é uma ilha, como por exemplo, milhões de estadunidenses acreditam seja seu império, sem aspas. Numa transformadora busca de Outro Mundo Possível não é possível continuar subordinados aos ditados da oligarquia brasileira que nos ensinou a olhar para os Estados Unidos e a Europa como ‘norte a ser seguido’. Na Nova Era isto é um tiro no pé. Brasil é o maior país da Nossa América Latina e Caribenha, e deveria sentir-se parte dela, não do eixo conservador imperialista, tanto para o governo como para o interesse dos cidadãos.
Ficamos devendo a reflexão dos veículos progressistas regionais que têm fortes críticas ao governo Dilma, mas, não quisemos deixar passar esta reflexão. Na semana anterior à eleição veremos essas críticas, porque são tão importantes quanto os apoios, já que Nossa América se interessa pelo Brasil, não só pelo tamanho nem pela pujança, senão porque é territorial e culturalmente irmão.