Após pequenos avanços na primeira rodada de negociação entre trabalhadores e a Celesc, a previsão de um cenário muito ruim se confirmou. O debate começou com as pendências da última reunião e, logo no início, a diretoria da Celesc deu mostras de desrespeito com os trabalhadores. A proposta para o Horário de Verão de Linha Viva foi de, simplesmente, acabar com ele. Além de fazer com que a jornada seja sempre de oito horas, prevê que o eletricista alterne entre Linha Viva e Linha Morta no mesmo dia, expondo o trabalhador a sérios riscos de saúde e segurança. Os sindicatos foram enfáticos em atacar esta proposta e a diretoria recuou, propondo rediscutir a clausula na próxima rodada.
A negociação seguiu arrastada. Então veio o golpe. Entrando nas cláusulas econômicas e utilizando como muleta a Lei Eleitoral, o diretor da empresa deixou claro que a negociação agora é com o jurídico. Para o aumento salarial dos trabalhadores, ofereceu o “mix da inflação”, que dará aproximadamente 5%. Ou seja, nada de aumento. Além disso, a reivindicação dos trabalhadores não é por reajuste, mas sim por ganho real com reconhecimento de sua produtividade. O diretor da Celesc afirmou que está de mãos atadas e que depende da autorização do jurídico por conta de um entendimento atravessado da lei eleitoral, onde afirmam que não pode haver ganho real em ano de eleição.
A reunião acabou ali. O diretor sinalizou que esta era a lógica para todas as cláusulas econômicas, inclusive para o Piso Salarial. Após esse episódio, o resto das cláusulas não foi debatido. Os sindicatos já deixaram claro que esta proposta é inaceitável e que a manutenção dela nos levará à greve. “Se quem vai negociar é o jurídico e não o Diretor de Gestão, para que continuar? Que venha o jurídico para a mesa”, afirma o Sinergia.
A partir de hoje, quarta-feira, dia 2 de setembro acontecem concentrações em todos os locais do estado. A próxima rodada será realizada na próxima terça-feira, dia 9.
Fonte: Sinergia
Foto: Ilustração