Por Thiago Burckhart, para Desacato.info
Já está mais do que claro que o conflito armado entre Israel e Palestina nas últimas semanas trata-se de um genocídio. Um genocídio fruto de um projeto político e bélico contra um povo injustiçado, sobretudo após a criação do Estado de Israel em 1948, que adotou uma política expansionista e antissionista, fortemente apoiado econômica, bélica e ideologicamente pelos Estados Unidos da América. Aos olhos da comunidade internacional, o conflito assumiu um grau de importância até mesmo maior que o Conflito Sírio, que vem perdendo repercussão nos veículos de difusão de informação.
Até o momento são quase 2 mil palestinos mortos, sendo esses em sua grande maioria civis, enquanto que 67 é o número de israelenses mortos segundo dados do Ministério da Saúde em Gaza. É perceptível que os dados são muito desproporcionais, e isso ocorre em virtude de a Palestina não possuir Exército, Marinha e nem mesmo Aeronáutica para defender-se do forte armamento israelense. Cidades palestinas estão se transformando em ruínas com os ataques. Mulheres, crianças e idosos estão morrendo diariamente em virtude do mesmo. E, nesse sentido, pergunta-se: onde estão todos os tratados internacionais que versam sobre direito humanitário? Eles estão sendo cumpridos? Qual o papel dos organismos internacionais perante esse conflito?
É também evidente que os tratados internacionais de direito humanitário estão sendo sistematicamente violados pelo Estado de Israel, o que não é novidade, pois esse é um Estado que não cumpre as resoluções emanadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, único órgão da ONU que é coercivo quanto ao que decidem. Além disso, como não existe atualmente um organismo internacional que possa diretamente interferir na soberania dos Estados Nacionais, nem mesmo em casos extremos como este, somente resta aos países boicotarem Israel, como ato de protesto contra esse genocídio.
É necessário que se tome consciência por parte da comunidade internacional do grau de degradação que tornou-se esse conflito. É necessário que a Organização das Nações Unidas proponha o cessar-fogo imediato por parte de Israel e do Hamas, para que o conflito não assuma proporções ainda maiores e para fazer-se respeitar o direito internacional, ou seja, fazer valer a força do direito e não o direito da força.
Thiago Burckhart é estudante de Direito.
Nota da Redação: Dos 67 mortos israelenses, 64 são soldados.