O Governo de Cuba descobriu e desbaratou uma nova operação secreta da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, United States Agency for International Development) para promover subversão dentro da república socialista. A agência de notícias estadunidense Associated Press (AP) revelou que o programa treinava e enviava jovens latino-americanos para promover atividades subversivas no país.
Para isso, o governo dos EUA teria contratado a Creative Associates International, com sede em Washington, para cumprir a nova missão. Essa empresa atua em 85 países da Ásia, África, América Latina, Oriente Médio e Leste Europeu em torno da resolução de conflitos e no que diz ser “fomento de processos democráticos”.
A pretensão era estimular potenciais agentes desestabilizadores da política nacional e coletores de informação valiosa para o Governo do EUA. Posteriormente, o programado era fomentar oposição e passar a propiciar um colapso do governo cubano.
Os planos de fachada para ingressar no país foram: viagens turísticas, supostos convites de amigos e outras formas diversas para justificar a estadia em Cuba de jovens procedentes da Venezuela, Costa Rica e Peru. Todos os enviados contavam com recursos financeiros suficientes, enviados ou entregues por familiares que desconheciam a procedência do dinheiro, enquanto eles percorriam todas as províncias do país.
As ações, que eram construídas pouco a pouco pelos enviados da USAID desde outubro de 2009, pretendiam ocultar-se entre colaboradores de programas cívicos e vinculados ao setor da saúde, servindo de cobertura operacional para a elaboração de perfis, subtrair informações e recrutar potenciais agentes para realizarem tarefas de subversão política. Costarriquenses infiltrados chegaram a preparar uma oficina de prevenção ao vírus HIV, do qual participaram dezenas de pessoas.
Seu alvo eram universidades cubanas e setores específicos da juventude da ilha, missão realizada pelos infiltrados peruanos e venezuelanos. A dissimulação de suas atividades irregulares era desenrolada fundamentalmente na cidade de Santa Clara (Província de Villa Clara), onde os jovens chegaram a estabelecer laços de amizade com alguns estudantes universitários e seus familiares.
Autoridades de Cuba disseram detectar vulnerabilidades no plano da USAID, que teria deixado indícios de sua existência. A resposta do governo cubano foi deixar as atividades correrem antes de tomar medidas contra os infiltrados. Um dos sérios erros cometidos dos integrantes do plano teria sido confessar que sua atividade era dirigida ao governo estadunidense. A atividade ordenada pelo governo do presidente Barack Obama é considerada uma franca violação da soberania da nação.
A dezena de jovens dos três países contratados para criarem bases subversivas na ilha recebia 5,41 dólares por hora de trabalho. Alguns deles, aponta a AP, não possuíam plena consciência dos crimes que estavam cometendo, com exceção do costarriquense Fernando Murillo, chefe da Fundación Operación Gaya Internacional (FundaOGI), organização social de empreendedorismo de jovens, e da venezuelana Yajaira Andrade, administradora da organização não governamental (ONG) Renova. Novas atividades e envolvidos poderão ser apontados ao longo da investigação por parte do governo cubano.
Infiltração segue linha de ZunZuneo
A revelação do programa secreto da USAID aparece no momento em que a Casa Branca enfrenta questionamentos a respeito de outro programa oculto, recentemente descoberto, chamado ZunZuneo, uma espécie de Twitter cubano. Esse projeto, executado pela agência desde 2009 e revelado pela AP em abril deste ano, consistia em uma mídia social de natureza eminentemente política, com conteúdos de oposição ao governo cubano, com vistas a aumentar o fluxo de informação de interesse imperialista. O ZunZuneo deixou de operar em 2012.
Foto: Reprodução/Brasil de Fato.
Fonte: Brasil de Fato.