Em entrevista coletiva na Casa do Jornalista, em Belo Horizonte, na tarde desta quarta-feira 30/7, o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Al Bezen, pediu à comunidade internacional que pressione a ONU para implantar a paz pela força na Faixa de Gaza, a exemplo do que fez em outras situações de conflito internacional, como na Sérvia, Iraque e Ruanda, e conforme determina o Capítulo 7º da entidade. Ele disse que o conflito na Palestina não é uma guerra, mas um genocídio do povo palestino. “É uma ameaça à paz mundial e pode se expandir por outros lugares”, advertiu.
Ibrahim Al Zeben quer pressão internacional para pôr fim ao conflito em Gaza
Al Zeben disse que não há solução militar para a situação palestina, mas apenas solução política. “O conflito tem que ser resolvido conforme o direito internacional, de acordo com as resolução da ONU”, explicou. “O povo palestino não admite rendição, não admite viver como escravo”, enfatizou, lembrando que mais de trezentas resoluções da ONU já foram desrespeitadas por Israel. “A comunidade internacional precisa dizer a Israel: ‘chega’. Palestinos e judeus precisam da paz e a comunidade internacional pode nos ajudar a alcançá-la.”
Falando à imprensa local que lotou a Casa do Jornalista, o embaixador citou números estarrecedores da ofensiva israelense sobre a Faixa de Gaza, que já dura 22 dias: 1.330 mortos, 40% deles crianças; 7.450 feridos; 20 mesquitas destruídas e 54 parcialmente destruídas, inclusive a igreja mais antiga da região; sete unidades de tratamento de água atingidas, provocando catástrofe ambiental; 145 escolas atacadas; 1.319 casas totalmente destruídas e 6.128 parcialmente; 220 mil pessoas desabrigadas. “São 1 milhão e 800 mil palestinos submetidos a bombardeios dia e noite”, disse. Enquanto o embaixador concedia entrevista, os palestinos viviam o dia mais violento desde o começo do massacre.
A Casa do Jornalista recebeu a imprensa para coletiva do embaixador palestino
Movimento apartidário
Ele agradeceu ao governo brasileiro, ao parlamento e aos partidos políticos que se manifestaram condenando os crimes contra o povo palestino. “Foi uma posição de soberania que está de acordo com o direito internacional”. disse. “Espero que a pressão internacional cresça para pôr fim ao conflito e que ela vá à origem do problema, que é um povo que está há 66 anos privado do seu espaço”, destacou.
Aos integrantes do Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino, Ibrahim Al Zeben pediu que não façam nada em desacordo com a ordem pública, ao contrário, que atuem de forma criativa, buscando informar a opinião pública sobre a situação na Palestina. “Busquem mais amigos para o povo palestino, formem um movimento generalizado, com todas as tendências políticas”, pediu.
Falando sempre de forma calma e firme, o embaixador fez mais um pedido aos “amigos do povo palestino”: “Não misturem a política interna com este movimento solidário. A bandeira palestina deve ser usada por todos.”
O presidente Kerison Lopes prestou solidariedade ao povo palestino