Comissão Nacional da Verdade inicia segunda semana de depoimentos de agentes da repressão

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Dos três agentes da repressão convocados pela Comissão Nacional da Verdade para o mutirão de depoimentos no Rio de Janeiro dois compareceram para prestar declarações: os ex-integrantes do Exército Euler Moreira de Moraes e Ubirajara Ribeiro de Souza. O depoimento de Jacy Ochsendorf e Souza, também previsto para hoje, foi reagendado para amanhã, às 10h.

Na sexta-feira (25/07), Moraes prestou aos peritos da CNV um depoimento sobre casos de tortura e morte na I Companhia da Polícia do Exército da Vila Militar do Rio de Janeiro, local da morte de Chael Charles Schreier e Severino Viana Colou.

Apesar de comparecer, Ubirajara, orientado por sua advogada, negou-se a responder às perguntas da CNV sobre sua participação em torturas e mortes na Casa da Morte de Petrópolis, apontada pela única sobrevivente do centro de tortura, a ex-presa política Inês Etienne Romeu.

Ubirajara disse que confirmaria apenas o que havia dito em depoimento prestado anos atrás ao Ministério Público Militar. A CNV gostaria de saber se Ubirajara conhecia os coronéis Paulo Malhães e Freddie Perdigão Pereira, mas o depoente disse apenas “nada a declarar”.

O militar, contudo, reconheceu sua foto com o time de basquete do Ginástico Esporte Clube, de Minas Gerais e pediu desculpas aos colegas de esporte por “aparecer envolvido em coisas dessa natureza”. Ao ser perguntado sobre se conhecia o desaparecido Carlos Alberto Soares de Freitas, o Beto, Ubirajara nada disse. Segundo Inês Etienne Romeu, Beto, que jogava no Minas Tênis Clube, reconheceu o depoente.

Perguntado se daria uma declaração final à CNV, Ubirajara disse que é acusado há quase 40 anos sem provas.

Ochsendorf foi chamado para prestar esclarecimentos sobre tortura e mortes no Doi-Codi do Rio e sobre a Casa da Morte de Petrópolis. Ele teria, segundo depoimentos e documentos, atuado na farsa montada por militares para simular o resgate do deputado Rubens Paiva por guerrilheiros. Envolvido nos mesmos episódios, seu irmão, Jurandir Ochsendorf, que não foi ao depoimento quando convocado em Brasília, procurou a CNV e será ouvido amanhã, às 11h.

Fonte: Comissão Nacional da Verdade Assessoria de Comunicação

Foto: Marcelo Oliveira / ASCOM – CNV

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