Florianópolis, 31 de maio de 2014.
Nossa Cooperativa tem Casa Sede. A frase inicial poderia indicar que apenas damos uma notícia e não nossa opinião editorial de cada semana. Não é assim. O significado de termos trabalhado voluntariamente durante quase 7 anos na produção do Portal Desacato e já 2 e meio na construção profissional da Cooperativa de Produção em Comunicação e Cultura, não é um fato comunicacional menor. Nem para nós nem para nossos usuários de leitura e serviços. Olhemos o contexto.
Torna-se relativamente fácil organizar uma cooperativa para produzir commodities; mais ainda criar uma cooperativa de créditos para o pequeno mercado. Sempre existe um capital inicial. Nós não produzimos commodities nem especulamos créditos. A seara na qual nos desenvolvemos é nutrida de sonhos, convicções, sem um tostão. Nada. Desejos, incertezas e trabalho como bagagem.
A conjuntura de demissões, maltrato, precariedade, que no âmbito do jornalismo e da cultura propõem os monopólios do país, sugeriram dar a luta. Essa luta é o cofre do qual despejamos esperanças e outra forma de ver os fatos jornalísticos e culturais.
Um dia tínhamos que superar a virtualidade. O processo humano que comporta uma cooperativa de contracorrente exige uma relação humana presencial, entre cooperados, usuários, leitores, artistas, agentes culturais e, sobretudo, um lugar onde produzir conteúdos, para e sobre os invisibilizados da Terra.
O que simboliza a Casa Sede é descrito pela Diretora Geral de Desacato.info, Tali Feld Gleiser: “Numa época em que jornalistas e outros profissionais só são demitidos de jornais, TVs, etc., em que cada vez mais pessoas querem entrar na Cooperativa e Desacato, o aluguel da Casa Sede é um símbolo porque nós vamos demonstrando que sobrevivemos contra a corrente.”
Nesta balsa, navegamos com você, com A Outra Informação e A Outra Cultura. Seja bem-vindo no bairro Saco dos Limões: João Motta Espezim, 1211. A porta se abrirá aos poucos, para melhor lhe acolher.