A União Latino-americana de Agências de Notícias – ULAN é um mecanismo que impulsa a integração regional através da informação contra a hegemonia das transnacionais de comunicação.
Em busca de consolidar ações para o trabalho da Ulan, reuniram-se em La Habana, os diretores de meios como AVN (Venezuela), Télan (Argentina), Prensa Latina (Cuba), ABI (Bolívia), Andina (Peru), Notimex (México), Andes (Equador), Agência Brasil e da Secretaria de Comunicação do Uruguai.
A III Assembleia Geral da organização, surgida em Caracas em 2011, abordou também a necessidade de procurar a unidade diante das campanhas midiáticas, os ataques contra as nações latino-americanas e os processos integracionistas da zona.
Juan Manuel Fonrouge, representante de Télan, ratificada na presidência da Ulan, comentou à Prensa Latina que esse grupo segue os passos de vários países da região que avançam nos processos protagonizados pela participação popular e pelo desenvolvimento autônomo, rompendo com as políticas neoliberais. Disse que essa integração ocorre entre várias agências de notícias e tem seu caminho traçado pela formação de vários blocos na América Latina, como o Mercado Comum do Sul (Mercosul), a União de Nações Sul-americanas (Unasul) e a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), entre outros.
Como as coisas estão, os meios de comunicação podem enfrentar processos de longa duração da concentração monopólica da palavra, de uma voz hegemônica e muitas vezes contrária aos governos, vaticinou ao se referir ao objetivo principal da Ulan. “Acreditamos que com a Ulan é possível enfrentar essa concentração dos grandes meios”, que costumam marcar a pauta informativa de América Latina”.
O plano de ação da entidade prevê a organização do trabalho de um novo serviço informativo, a Agência de Notícias do Sul (Ansul) que terá um olhar diferente, escrito pelos próprios latino-americanos e não pelas agências europeias ou estadunidenses.
O grupo se propõe apresentar, em agosto, o Portal Ansul para a Celac e Unasul.
Ansul será um espaço digital que propiciará o acesso gratuito à informação para meios públicos e será uma janela para as realidades de nossos povos para o mundo, um apoio a esta unidade inédita e transcendental que vive o continente.
Três declarações foram aprovadas nesse encontro, uma delas é em apoio à declaração final da II Cúpula da Celac, em apoio à paz e integração regional. O documento expressa que “a unidade e a integração devem ser construídas gradualmente, com flexibilidade, com respeito ao pluralismo, a diversidade e ao direito soberano de cada um de nossos povos para escolher sua forma de organização política e econômica”.
O grupo também manifestou que acompanhará a posição de Celac sobre a mudança climática e seu apelo em favor de uma cooperação de todos os países para uma resposta internacional efetiva e apropriada para essa questão, em conformidade com a responsabilidade histórica de cada um.
Além disso, a Ulan assegurou que se esforçará para realizar o compromisso de consolidar a América Latina e o Caribe como Zona de Paz, onde as diferenças sejam resolvidas através do diálogo e negociação ou outras formas de solução pacífica estabelecidas no Direito Internacional”.
Outra declaração da Ulan defende o processo de diálogo convocado pelo presidente Nicolás Maduro e repudia qualquer tentativa de modificar a realidade política venezuelana por vias violentas. A esse respeito protestou contra as tentativas de desestabilizar o governo legitimamente constituído na Venezuela, que é vítima de uma intensa campanha internacional de propaganda orientada a colocar em dúvida o caráter democrático do país.
Proclamou a necessidade de se exercer um jornalismo capaz de refletir a realidade venezuelana e latino-americana, que contribua ao diálogo e à paz e que não sirva como elemento de propaganda desestabilizadora.
O grupo informou que em resposta a um convite da AVN, visitará Venezuela em maio para promover encontros e reuniões com diversos setores jornalísticos e políticos.
Um último pronunciamento rechaça a ação do governo estadunidense de operar uma rede social denominada Zunzuneo, destinada a subverter a ordem em Cuba. O texto torna patente a solidariedade com o povo cubano diante desse tipo de programa promovido de 2009 a 2012 pela Agência de Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional –Usaid-, do Departamento de Estado estadunidense.
Enfatizou que Washington deve respeitar o Direito Internacional e os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas e, portanto, cessar suas ações ilegais e encobertas contra Cuba, rechaçadas tanta apelo povo cubano como pela opinião pública internacional.
Neste encontro de La Habana, Ulan avançou na consolidação como mecanismo de unidade latino-americana diante de um mundo mediatizado, com visão própria de cada país que a integra.
Fonte: Diálogos do Sul.