O Tribunal Administrativo Regional de Lazio (TAR) rechaçou a recusa apresentada por um agricultor de Friuli, região do extremo nordeste da Itália, que desafiou o decreto pelo qual o governo havia bloqueado durante 18 meses, em julho do ano passado, qualquer tipo de cultivo transgênico no país: de fato, o milho MON810 é o único autorizado na Europa. Portanto, a proibição segue em vigor, como informou o jornal La República, no dia 24 de abril.
Desde a Associação Argentina de Jornalistas Ambientais- Medii&médio, mediante a nota “Começou a contagem regressiva dos OGM na Itália”, os adiantei os sucessos que estavam ocorrendo na região de Friuli, com o desafio deste agricultor para a proibição do cultivo de transgênico nesse país. Giorgio Fidenato, agrônomo, e o agricultor Silvano Dalla Libera haviam apresentado um recurso para impugnar o Decreto pelo qual o governo havia bloqueado, em julho no ano passado, durante 18 meses, qualquer tipo de cultivo transgênico na Itália. O milho MON810 é o único autorizado na Europa, na Itália foi possível notar a rejeição.
Um fato histórico
Com esta decisão reiterou-se a proibição do cultivo de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) e também serviu como um alerta para o risco da contaminação.
Visto o compromisso final que está surgindo na Europa, contra os que defendem as empresas de engenharia genética e que querem proteger os produtos tradicionais, orgânicos e biodinâmicos e, de acordo com o anunciado pelos ministros italianos do Meio Ambiente, Gian Luca Galletti, e das Políticas Agrícolas, Maurizio Martina, a União Europeia se prepara para adotar a cláusula de salvaguarda para bloquear o cultivo de transgênicos nos casos em que, devido a especial formação do território, o risco de contaminação seja particularmente alto.
Como destaca o “Grupo de Trabalho para uma Itália livre de transgênicos”: “A Itália é o país mais exposto por este ponto de vista: o tamanho médio dos campos é de aproximadamente oito hectares, de modo que faz com que ele esteja em uma situação essencialmente impossível de sair das zonas tampão necessárias para evitar o risco de contaminação”.
De fato, o risco já se tornou real, ainda que muito limitado, quando um pequeno grupo de agricultores em Friuli cultivou sementes de milho OGM e o Serviço Florestal descobriu a contaminação de 10% nas áreas vizinhas cultivadas. De todo modo, no momento a opção pró OGM na Europa é muito limitada: em 2013, apenas a Espanha, Portugal, República Checa, Eslováquia e Romênia (5 países de um total de 28) cultivaram MON810 (cerca de 148 mil hectares de milho transgênico, quase todos na Espanha).
A decisão do TAR é uma “boa notícia”, segundo o ministro da Agricultura, Maurizio Martina. Para a ONG Legambiente, é uma “decisão histórica, uma grande vitória para a agricultura italiana de qualidade”. Para a Associação Italiana de Agricultura Biológica (AIAB), “A única maneira de salvar uma indústria é com a pena biológica de 3 bilhões de euros”. Também expressaram satisfação a Coldiretti (Confederação Nacional dos Agricultores Diretos) e a Confederação de Agricultores Italianos (CIA).
Há um ano para a realização do evento “Expo Milão 2015”, a Exposição Universal que reunirá mais de 140 países e ocorrerá entre 1º de maio e 31 de outubro de 2015 na Itália, serão tratados os temas “Alimentar o planeta. Energia para a Vida” – “ que transformará nosso país no centro de gravidade da economia da agricultura, a alimentação, a nutrição, o início de uma fase de incerteza sobre a decisão do TAR do Lazio, proibindo o cultivo de organismos geneticamente modificados (que aguardam a Iniciativa Europeia), seria um sinal com devastadoras repercussões”, disseram os promotores da conferência frente a notícia.
Em reposta grupos de ecologistas realizaram a alguns dias uma Contra Expo, a qual chamaram: “Para a Expo 2015: Alimentar o planeta sem transgênicos”. Como isto fosse pouco, a Santa Sé, também terá seu stand e o tema que inspirará seu Pavilhão será: “Não só de pão”.
Giuseppe Sala, comissionado do Governo italiano para a Expo Milano 2015, comentou que a “Expo Milano 2015 tinha posto o desafio de ser uma exposição colaborativa desde o início, para a discussão global dos principais desafios que a humanidade enfrenta. Isto ocorre por estarmos convencidos de que este é o papel que as Exposições Universais do século XXI devem ter. Em um mundo no qual muitas pessoas sofrem de fome e não têm acesso a água limpa, já não podemos ignorar a necessidade urgente de encontrar uma solução global que assegura há todo o mundo o direito a alimentos suficientes, saudáveis e seguros, garantindo um futuro sustentável”.
Uma notável diferença com a Expoagro, a exposição, cujos acionistas são os jornais Clarín e a La Nación, que há pouco fazia a promoção de alimentos saudáveis e seguros, mas cujo objetivo não é outro além de vender maquinarias e venenos para, ao final, brindar pela ganância com champanhe Dom Perignon, com glifosato!
Fonte: Instituto Humanitas – Unisinos.
Tradução: Cepat.