Coletivo Manguezal. – O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, o prefeito de Florianópolis, César Souza Junior, e o juiz agrário Rafael Sandi estão prestes a autorizar um massacre contra as quase 500 famílias da Ocupação Amarildo de Souza, no norte da ilha de Florianópolis.
A reintegração de posse, prevista para amanhã, terça-feira, 15, é baseada em um acordo covarde e ilegítimo, firmado em fevereiro quando ainda se pensava que o dono da terra era Artêmio Paludo. O empresário pretendia construir ali um mega empreendimento turístico que incluía até um campo de golfe. Porém, hoje sabe-se que as terras são públicas. O despejo, portanto, deve ser suspenso imediatamente!
Segundo a Superintendência do Patrimônio da União (SPU), a área ocupada encontra-se totalmente inserida em propriedade da União, caracterizada como Terreno de Marinha. As terras foram roubadas por Paludo, com a conivência do Estado, durante a ditadura militar.
Estão sendo feitas novas audiências para um novo acordo com INCRA, ICMbio, SPU e Ministério Público Federal. Mas a Justiça, o Governo de Santa Catarina e a Prefeitura insistem em despejar os Amarildos de forma arbitrária e não oferecem alternativas às 500 famílias, com 120 crianças, a não ser o peso da violência policial.
A Ocupação foi construída de forma coletiva pelos moradores, que se organizaram em núcleos e ergueram suas casas e agora trabalham na terra, produzindo alimentos sem uso de agrotóxicos. Os Amarildos querem tornar as terras produtivas com um assentamento de agricultura familiar, que sirva de moradia para os trabalhadores e de abastacimento alimentar para a cidade. Para a Ocupação, essa sim é uma alternativa viável!
A terra é pública! Amarildo faz parte desta ilha!
DESPEJO NÃO! NEGOCIAÇÃO SIM!
AMARILDO VIVE!