Pessoas que impediram invasão viram documento na mão de policial que afirmava que no local ocorreria atividade contra a polícia
Por Lúcia Rodrigues, especial para a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa.
Um grupo de policiais militares da Base Comunitária M 11160 tentou entrar no debate organizado pelo Comitê pela Desmilitarização da PM em parceria com o Comitê Popular da Copa, que ocorria no Ecla, o Espaço Cultural Latino Americano, na noite desta quinta-feira, 27, no centro da capital paulista.
Quando os policiais chegaram ao local, os palestrantes já haviam dado início ao debate. A jornalista Luka Franca, que faz parte do Comitê pela Desmilitarização da PM e estava no Ecla, considera que a intenção dos policiais foi intimidar os presentes.
“Começaram a perguntar se estava ocorrendo algum debate político, se ali estava acontecendo alguma reunião de partido. As pessoas que estavam na porta impediram eles de entrar e viram que tinham um papel em que estava escrito que ali ocorreria uma atividade contra a polícia”, afirma.
Ela conta que os policiais permaneceram por volta de cinco minutos em frente ao local, mas que passaram mais duas vezes na rua da Abolição, onde está localizado o espaço cultural, com as luzes do giroflex desligadas.
“A Base (viatura) passou mais duas vezes em frente ao Ecla e não parou nenhuma vez em frente ao quartel que tem lá (na rua). Ficaram circulando, tentando fazer pressão psicológica”, conclui.
De acordo com Luka, duas advogadas que estavam presentes ao debate ficaram de prontidão para acionar a OAB caso os policiais forçassem a entrada no local.