Nota de repúdio à ação policial em Blumenau/SC

    os 70 manifestantes PM e caes 2Os meses de março e abril de 2014 já estão marcados na história do Brasil como um momento de reflexão sobre os últimos 50 anos que se passaram, desde quando sofremos com o golpe civil-militar instaurado no país. O fortalecimento da cultura política do autoritarismo suportada pelo capitalismo, representado pelo golpe de 1º de abril de 1964, ainda produz os seus efeitos na luta popular organizada e vemos sua cruel permanência, até os dias de hoje, contra quem luta por um mundo de justiça, liberdade, igualdade e autogestão.

    Em Santa Catarina, um dos estados mais reacionários do Brasil, não é diferente. Um exemplo vergonhoso foi a forte repressão policial desencadeada pela Polícia Militar à manifestação popular contra a exploração do transporte coletivo pelo consórcio SIGA, com conivência da Prefeitura Municipal de Blumenau, sob administração de Napoleão Bernardes (PSDB). A manifestação foi chamada pelo recém formado Coletivo Tarifa Zero, com o objetivo de questionar o atual funcionamento do transporte coletivo, assim como o preço abusivo de R$ 3,00.

    No dia 13 de março de 2014, a manifestação chegou ao Terminal Urbano do Forte, contando com cerca de 150 trabalhadoras e trabalhadores, pessoas desempregadas e estudantes, que gritavam palavras de ordem contra o modelo de transporte, portando faixas e cartazes denunciando a relação da classe política dominante e o empresariado local.

    A Polícia Militar, presente para conter o ato, não mediu esforços para defender os ricos e os políticos. Utilizou de expressiva força repressora para intimidar a legítima manifestação popular. Utilizou cães para atacar adolescentes, assim como balas de borracha à queima roupa. Aproximadamente 20 pessoas foram encaminhadas para um hospital a serem atendidas e cinco pessoas foram presas. Na delegacia, o delegado de plantão ignorou as denúncias, agindo de acordo com os interesses dominantes.

    O Coletivo Anarquista Bandeira Negra, integrante da Coordenação Anarquista Brasileira, repudia a arbitrariedade das ações policiais – denunciando mais uma criminalização por parte do governo – e presta total solidariedade e apoio à luta organizada pelo Coletivo Tarifa Zero. Afinal, como organização política anarquista, não podemos aceitar que os protestos populares sejam tratados como crime. Prestamos solidariedade e nos colocamos ombro a ombro com cada vítima do Estado e do Capital. Seguimos juntamente com as companheiras e companheiros em luta por cidades e por uma vida sem catracas!

    Protesto não é crime!

    Lutar, criar, poder popular!

    Coletivo Anarquista Bandeira Negra/CAB

    17 de março de 2014.

    Fonte: Coletivo Anarquista Bandeira Negra.

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