Por Anelize Moreira.
Reações alérgicas a alimentos industrializados podem ser desencadeadas pela falta de informação nos rótulos sobre quais ingredientes foram utilizados na composição dos produtos. Um grupo de 700 mães de filhos que sofrem de alergia alimentar criou a campanha “Põe no Rótulo”, para cobrar a criação de uma lei federal que torne obrigatória a discriminação da composição completa dos alimentos nas embalagens.
De acordo com um estudo conduzido pela unidade de alergia e imunologia do Instituto da Criança, do Hospital das Clínicas, 39,5% das reações alérgicas a leite de vaca estão relacionadas a erros na leitura de rótulos. A nutricionista Mirela Haddad, mãe de dois filhos alérgicos, explica que muitas vezes precisa ligar no Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) das indústrias alimentícias para pedir mais informações sobre o produto antes que os filhos o consumam. “Se o produto tem traços de alergênicos, a indústria deve colocar essa informação, porque ela pode por em risco a vida de uma pessoa.”
A ingestão de alimentos alergênicos, como leite, soja, ovo, peixe e cereais pode causar inchaço nos lábios e na língua, coceira na garganta e na pele, falta de ar e rouquidão, além de sintomas mais graves, como obstrução de vias aéreas superiores e diminuição da pressão arterial.
“Meu filho tem alergia até ao vapor do ovo. Existem produtos que podem conter traços de ovo, porque foram processados em um maquinário que tenha traços de ovo. Sem essa informação, meu filho pode ter reações como problemas respiratórios, coriza, otite e dermatite”, conta Mirela.
Segundo a Anvisa, o Mercosul estuda a obrigatoriedade de se prestar informações sobre alergênicos nos rótulos. No entanto, a aprovação da proposta depende de consenso entre os países membros, o que ainda não foi alcançado.
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Fonte: Rede Brasil Atual.
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