Carnaval, a grande festa popular por todo o Brasil

Por Mafalda Pequenino.*

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O Brasil é conhecido como o país do Carnaval e do samba, mas sua origem é Grega! Originou-se na Grécia em meados dos anos (600 a 520 a.C.). Através dessa festa os gregos realizavam seus cultos, com bebidas, comidas e práticas sexuais, em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção.

Em (590 d.C.) o Carnaval foi adotado pela igreja católica, tornando-se um período de festas regidas pelo ano lunar no cristianismo da Idade Média, passando ser comemorada através de cultos oficiais. O Carnaval então passou a corresponder aos últimos dias antes das limitações impostas pela Quaresma, os quarenta dias de jejum. A Quarta-Feira de Cinzas é o primeiro dia da Quaresma.

A palavra “Carnaval” está relacionada com a ideia de deleite dos prazeres da carne marcado pela expressão “carnis valles”, que, acabou por formar a palavra “Carnaval”, sendo que “carnis” em latim significa carne e “valles” significa prazeres.

O Carnaval chega ao Brasil nos meados do século XVII, sem ginga alguma, resumindo a celebração ao “entrudo”, trazido pelos portugueses. No século XIX quando as classes mais ricas daqui, influenciadas pelos europeus, entraram na brincadeira do Carnaval dentro de salões. Mas nada de samba surgir ainda. “Nesta época, cantava-se de tudo no Carnaval. Até Ópera”, afirma o historiador André Diniz, autor do livro Almanaque do Carnaval.

No final do século XIX, começam a aparecer os primeiros blocos carnavalescos, cordões e os famosos “corsos”. Estes últimos tornaram-se mais populares no começo dos séculos XX. As pessoas se fantasiavam, decoravam seus carros e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades.

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A primeira marchinha foi feita em 1899, por Chiquinha Gonzaga, para o cordão carnavalesco Rosa de Ouro: Ó abre alas.

Depois da gravação do samba Pelo Telefone, de Donga e Mauro de Almeida, em 1917, o samba, esse novo gênero musical, nascido nas festas das tias baianas, com um ritmo que mistura o lundu, o frevo e a polca começa a ganhar espaço no carnaval carioca. A popularização do samba e das marchinhas, através de compositores como Braguinha, Haroldo Lobo e Lamartine Babo, tornaram a festa num sucesso entre a população na década de 1920.

“No final dos anos 1920 o Brasil buscava criar uma identidade capaz de diferenciá-lo dentro da nova ordem mundial estabelecida após a Primeira Grande Guerra. O conceito de negritude se destacava mundialmente valorizando as produções culturais negras como a Arte africana e o jazz. A festa carnavalesca e o novo ritmo de base negra recém surgido, o samba, seriam as bases para a formulação de um sentido de brasilidade.”

Começa a valorização do samba e da negritude aumentando o interesse nos novos “grupos de samba” que surgiam nos morros cariocas. Estes grupos passariam a se apresentar “no asfalto”, sendo chamados de escolas de samba.

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A primeira escola de samba surgiu no Rio de Janeiro e chamava-se Deixa Falar. Foi criado pelo sambista carioca chamado Ismael Silva. Anos mais tarde a “Deixa Falar” transformou-se na escola de samba Estácio de Sá. A partir daí o carnaval de rua começa a ganhar um novo formato. Começam a surgir novas escolas de samba no Rio de Janeiro e em São Paulo. Organizadas em Ligas de Escolas de Samba, começam os primeiros campeonatos para verificar qual escola de samba era mais bonita e animada.

“Em Pirapora do Bom Jesus (São Paulo), início do séc. XVIII, os negros organizavam batuques diversos, conhecidos como Sambas de Pirapora. Ali se praticava o Samba de Umbigada, o Samba Lenço, o Jongo, o Tambu, o Samba Campineiro entre outros. Também no estado de São Paulo, São Luiz do Paraitinga, na época do carnaval a cidade é tomada por marchinhas, blocos e grandes bonecos, os quais são muito semelhantes aos bonecões de Olinda. No entanto a cidade também abriga Congadas, Folias de Reis, Cavalhada, Dança de São Gonçalo. Festas tipicamente afro-brasileira.”

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Mas o Carnaval não se limita no Rio de Janeiro e São Paulo, mas por várias regiões do Brasil. Na Bahia sob influência das tradições africanas iorubás desenvolveu-se a música de Afoxé, em geral os integrantes são adeptos do Candomblé como os Filhos de Gandhi. Os grupos não se restringem ao carnaval, desenvolvem projetos junto à comunidade promovendo a preservação da cultura afro-brasileira e denunciando a desigualdade racial, destacam-se nesse trabalho social os grupos Olodum e Ilê Aiyê.

O Carnaval pernambucano acontece por manifestações diversas, tradições indígenas, afro-brasileiras e europeias. Além do frevo, há o bumba-meu-boi, maracatu, caboclinhos.

Já o Carnaval de Parintins, é um Festival Folclórico, uma grande festa popular que acontece no mês de Julho. É a disputa dos dois Bois folclóricos: o Boi “Garantido” de cor vermelha e o Boi “Caprichoso” de cor azul. Durante as três noites de apresentação, os dois bois exploram as temáticas regionais como lendas, rituais indígenas e costumes dos ribeirinhos. As letras das canções resgatam o passado de mitos e lendas da floresta amazônica. O ritmo que embala essa ópera em céu aberto é a “entoada”. No carnaval do nosso calendário também acontece à disputa.

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Hoje, o nosso Carnaval é essa grande festa popular, rica em manifestações diversas e típicas de cada estado e localidade, que se tornou uma identidade de expressão do povo brasileiro.

*Mafalda Pequenino é atriz

Fonte: O Jornal de todos os Brasis

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