Mesmo após 26 anos de sua morte, as críticas de sua obra continuam contemporâneas
Conhecido como o cartunista mais combativo na época da ditadura militar, Henrique de Souza Filho, o Henfil, completaria 70 anos na última quarta-feira (5). Pai de personagens emblemáticos como a Graúna, Cumprido e Baixim, Zeferino e Ubaldo, sua obra permanece contemporânea mesmo 26 anos após sua morte.
Nascido em Minas Gerais, Henfil colaborou com a luta contra a ditadura brasileira. Teve suas tirinhas publicadas no Pasquim, histórico jornal de esquerda da época, e seus personagens sempre tiveram algum teor político. Graúna era uma nordestina que criticava os políticos e a seca do nordeste. Ubaldo, o Paranoico, representava o medo de viver num regime autoritário, que se potencializou depois da assinatura do AI5.
Henfil morreu em 1988, após contrair o vírus da AIDS. Assim como seus outros dois irmãos o sociólogo Herbert de Souza (1935-1997) e o violonista Francisco Mário (1948-1988), ele era hemofílico. Betinho, citado na música “O bêbado e a equilibrista” como “irmão do Henfil”, também lutou diretamente pela abertura política do país e virou símbolo dos direitos humanos.
Como homenagem a sua obra, Ivan Consenza de Sousa, único filho do cartunista, fundou em 2009 o Instituto Henfil. Em 2013, o instituto publicou 12 números da revista Fradim, lançadas por ele entre as décadas de 70 e 80 e pretende publicar o restante até o fim deste mês.
Fonte: Brasil de Fato
Foto: EBC