Por Francy Lisboa.
Ref. ao post A expansão agrícola mundial e a destruição de terras naturais
O relatório da ONU sobre a pressão pela abertura de áreas agrícolas é um alerta, mas, não há milagres, é preciso produzir. Obviamente, reduzir o desperdício é um dos pontos de ação, mas sejamos francos, pois, a medida que a sociedade aumenta em número, a demanda não será atendida apenas pela redução do desperdício.
Nesse ponto o Brasil está na vanguarda. O país talvez seja o único no mundo a repensar de fato à sua forma de produção. Isso é mostrado na internalização de compromissos assumidos em encontros internacionais, como a COP15. O Plano Nacional de Mudanças Climáticas é o marco regulatório das politicas que direcionam a agricultura do Brasil como uma das mais sustentáveis do mundo. Aqui, não se fala em utopias como o fim dos agrotóxicos ou morte aos transgênicos.
A principal ação governamental em relação à redução da pressão pela abertura de novas áreas está se dando pela instituição do Programa de Baixa Emissão de Gases Estufa na Agricultura, Programa ABC, o qual tem comum dos pilares a conversão de áreas de pastagens degradas em áreas para a produção simultânea de grãos, cereais, carne, fibras, e madeira. Para muita gente é só mais uma tentativa, mas para quem está atenta ao mercado sabe que os próximos anos podem ser marcados como a introdução de barreiras ambientais a produtos que não tenham o selo de responsabilidade pelo meio ambiente.
Em suma, o esforço para convencer a maioria dos grandes e médios produtores, terá que ser grande, pois agricultor não mexe em time que está ganhando; a não ser que o juiz, nesse caso, o mercado externo consumidor, passe a olhar mais de perto se tudo o que ele consome está sendo produzido com o mínimo de proteção ambiental, e porque não, social.
É nesse ponto que acho, tenho esperança, que o genocídio indígena em breve será colocado como uma barreira à importação de produtos brasileiros, daí para frente, vai sobrar continência para cada cocar.
Fonte: O Jornal De Todos Os Brasis