Por Victor Farinelli e Paola Cornejo.
No último dia de campanha antes do segundo turno das eleições presidenciais no Chile, que acontecem neste domingo (15/12), as candidatas Michelle Bachelet e Evelyn Matthei trocaram críticas sobre seus programas de governo.
Enquanto a opositora, que governou o país entre 2006 e 2010, afirmou que a adversária concentrou esforços apenas em desqualifica-la, a governista defendeu a atual Constituição chilena, cuja reforma é uma das principais propostas de Bachelet.
“Temos uma Constituição que pode não ser perfeita, mas que garante a estabilidade do país há 30 anos. A oposição quer derrubar essa estabilidade, é uma aposta pelo caos o que estão fazendo”, afirmou Matthei nesta quinta-feira (12/12) sobre o texto instituído em 1980, durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
A favorita Bachelet, por sua vez, voltou a pedir que os chilenos compareçam às urnas, evidenciando o temor de que uma alta abstenção possa prejudicar sua vitória. “Somente quem vota pode ajudar a reformar o país. E nós queremos realmente apostar em um Chile mais justo para todos, e só podemos fazer isso se vocês votarem.”
Paola Cornejo/Opera Mundi
Evento de Bachelet reuniu milhares de seguidores nesta quinta-feira
Em seu discurso diante de cerca de 12 mil pessoas, a opositora também fez um agradecimento ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, “um dos grandes líderes latino americanos da atualidade, que não duvidou em vir nos visitar e entregar pessoalmente seu apoio”.
Durante o evento de Bachelet, foram ouvidos gritos e palavras de ordem presentes nas manifestações estudantis de 2011, como o tradicional “se va a caer, se va a caer la educación de Pinochet” (vai cair, a educação de Pinochet vai cair).
Com cara de surpresa, a própria candidata precisou de alguns minutos para entender o canto, mas logo aderiu a eles com palmas e um sorriso. Depois, ao lado de alguns ex-dirigentes do Movimento Estudantil que recentemente foram eleitos deputados (como Camila Vallejo, Giorgio Jackson e Karol Cariola), afirmou que seu projeto levará gratuidade a todo o sistema público de educação, da pré-escola até o ensino superior, em um prazo máximo de seis anos.
Agência Efe
Matthei encerrou sua campanha no sul do Chile, tradicional reduto da direita chilena
Em relação às suas propostas para a educação, a ex-ministra do Trabalho de Sebastián Piñera classificou a gratuidade como um “abuso”. “É um abuso contra os mais pobres e contra a classe média, pois é usar os impostos de todos os chilenos para financiar a educação dos mais ricos”, disse na província de Temuco (840 km de Santiago), no sul do Chile, durante o ato final de sua campanha.
Fonte: Ópera Mundi.