Guerrilha e governo da Colômbia mantêm em Havana um processo de diálogo para tentar pôr fim ao conflito do país
As FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) acusaram, nesta terça-feira (10/12), o procurador-geral da Colômbia, Alejandro Ordóñez, de ter realizado “outro grave golpe contra o processo de paz” com sua decisão de destituir o prefeito de Bogotá, Gustavo Petro, porque afeta “a confiança e credibilidade” desses diálogos.
“Ordóñez deu aos alçados em armas uma lição sobre o que significa a democracia na Colômbia para a oligarquia e sobre as nulas garantias para exercer um exercício político independente”, denunciou a delegação de paz das FARC em comunicado divulgado em seu blog.
Os negociadores da guerrilha convocaram a sociedade colombiana a “respaldar todas as ações de repúdio” contra o procurador, a quem classificam como “arbitrário”, entre outros qualificativos.
Consideram que a destituição e inabilitação do prefeito é um “um novo episódio na cadeia de atentados contra o estabelecimento de uma verdadeira democracia na Colômbia” e advertem que o país “não pode seguir à mercê de um fanático e despótico representante da direita mais retardatária”.
O prefeito de Bogotá, Gustavo Petro, foi destituído ontem e inabilitado durante 15 anos pelo Ministério Público colombiano, que o castigou com a “morte política” por sua suposta má gestão durante a desprivatização do sistema de coleta de lixo em 2012.
Há mais de um ano, o governo da Colômbia e as FARC sustentam em Havana um processo de diálogo para tentar pôr fim ao conflito do país, que até o momento deu como fruto dois acordos parciais sobre desenvolvimento rural e participação política.
Fonte: Opera Mundi