Não e fácil fazer rádio comunitária ou livre no Brasil. As emissoras que optaram por pedir e conseguiram ter uma outorga sofrem com as restrições que impõe a Lei 9612 em termos de potência de sinal e de financiamento. As rádios que têm ou querem um reconhecimento legal sofrem com a perseguição por parte das agências reguladoras e da Polícia Federal.
Fora das cidades os problemas se multiplicam, porque é ainda mais difícil e caro organizar equipamentos, formação e recursos. A estatística do Ministério das Comunicações reflete essa situação. Apenas uma rádio outorgada aparece sediada em Terra Indígena, duas em assentamentos rurais, 32 com sede em zonas rurais e nenhuma em comunidades quilombolas. Porém, isso não significa que não haja rádios no ar onde se realiza o direito a comunicação diariamente. Existem várias experiências, apropriações e experimentações.
A AMARC Brasil tomou conhecimento disso durante o seminário “Rádio Comunitária para todos os povos”onde foi iniciado um mapeamento colaborativo da mídia comunitária nas comunidades tradicionais e rurais. Foi uma dinâmica muito interessante e rica porque decidimos continuar esse esforço online sem perder a ampla participação que o mapa teve no seu início.
Graças ao software livre Mapas de Vista agora existe uma primeira visualização exploratória das diversas iniciativas. O mapa permite filtrar as mais de 40 mídias por categorias. São documentadas rádios e TVs comunitárias ou livres, produtoras comunitárias e centros de mídia audiovisual. Todos os posts no mapa contêm uma breve descrição, uma foto e um link para saber mais sobre um certo projeto.
Sem dúvida, trata-se de uma mapa forçosamente incompleto. Mas é um primeiro passo para fazer visível e audível muitas mídias comunitárias ainda pouco conhecidas. É o melhor é, tod@s vocês podem participar para completar esse mapa. Deixem os seus comentários ou contatem a AMARC Brasil para registrar-se como colaborador@.
Fonte: AMARC Brasil