Comissão da Verdade quer apoio do IFSC para resgatar história do professor Marcos Cardoso

    imagesIntegrantes da Comissão Estadual da Verdade Paulo Stuart Wright (CEV), que examina violações de direitos humanos cometidas durante a ditadura militar (1964-1985) em Santa Catarina, e do Coletivo Catarinense pela Memória, Verdade e Justiça reuniram-se na última sexta, dia 8, com a reitora Maria Clara Kaschny Schneider para pedir que o IFSC ajude a resgatar a história do ex-professor do curso técnico de Eletrônica Marcos Cardoso, que teria sido julgado dentro da instituição pelos militares em 1976 e condenado a cumprir três anos de prisão por pertencer a movimentos comunistas.

    Quem relatou à CEV a história do julgamento de Marcos Cardoso foi o diretor do Centro de Ciências da Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (CED/UFSC), Nestor Manoel Habkost, que era estudante da então Escola Técnica Federal de Santa Catarina (ETFSC) na época e foi aluno de Marcos. Ele participou da reunião com a reitora do IFSC e contou detalhes do julgamento, que teria ocorrido no local onde hoje fica o auditório do Câmpus Florianópolis.

    Os estudantes da ETFSC, afirma Nestor Habkost, foram chamados para assistir o julgamento do professor Marcos Cardoso, que estava preso desde 5 de novembro de 1975. “A gente não sabia que ele havia sido preso. Achávamos que ele havia sido apenas substituído, embora não fosse algo comum na época”, recorda. Nestor conta que o professor entrou no local do julgamento algemado, de cabeça baixa e escoltado por dois militares. Marcos faleceu na década de 1980, em um acidente de barco na região da Lagoa da Conceição, em Florianópolis.

    De acordo com o procurador do Estado de Santa Catarina e coordenador da CEV, Naldi Otávio Teixeira, a comissão pretende obter informações sobre o episódio e averiguar a veracidade das informações repassadas por Nestor Habkost. Por isso, pediu apoio do IFSC para resgatar documentos e obter depoimentos de pessoas que estavam na instituição na época. A reitora Maria Clara Kaschny Schneider sinalizou que uma comissão deve ser formada internamente, possivelmente subordinada ao grupo de trabalho (GT) que coordena o projeto do Centro de Memória, Documentação e Cultura do IFSC, para auxiliar a CEV na obtenção das informações.

    Foto: Juliana Stadnik / Agência AL

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